Neste domingo, 26, o Museu das Favelas será palco da terceira edição do Favela Inspira, encontro que destaca a inovação, criatividade e o corre periférico brasileiro. Nesta edição, o foco está em economia criativa, ancestralidade e registro das narrativas periféricas.

Depois de ocupar o morro Santo Amaro no Rio de Janeiro, Grajaú em SP, a terceira edição ocupa o Museu das Favelas e combina exposições, painéis, oficinas (inscrição aqui), intervenções artísticas e encontros com pioneiros, com o objetivo de registrar e documentar saberes, potencializar lideranças e integrar gerações e linguagens.

Nesta edição, o Favela Inspira reúne nomes que representam a pluralidade e a força da cultura periférica. Entre as atrações, estão o DJ, poeta e escritor Du Black, símbolo da interseção entre música e poesia nas favelas cariocas; a jornalista e apresentadora Cris Guterres, voz atuante na comunicação antirracista e na valorização das narrativas negras; o cineasta Nay Mendl, cofundador da Maloka Filmes e referência na produção audiovisual feita por quem vive a quebrada; e a chef e apresentadora Carmem Virgínia, conhecida por valorizar a culinária ancestral e a gastronomia afro-brasileira.

Completam a programação a cineasta Juliana Vicente, diretora de obras como o documentário “Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo”; o ator Sidney Santiago Kuanza, recentemente premiado como Melhor Ator no Los Angeles Brazilian Film Festival; a sambista Bernadete, também conhecida como “Tulipa Negra do Samba” e guardiã da tradição popular; o publicitário Guimas; a rapper e compositora Sharylaine, pioneira do hip-hop nacional e uma das primeiras mulheres a rimar nos anos 1990; a cantora Thulla Melo, que mistura soul, R&B, hip-hop e bossa nova; e a jornalista Viviane Duarte, fundadora da consultoria Plano Feminino, voltada ao fortalecimento de mulheres e à comunicação inclusiva.

A curadoria integra parceiros do território, como o coletivo Beco Visceral e Jairo Malta, do Museu das Favelas.

“A oralidade sempre foi a nossa tecnologia ancestral. Ao levar o Favela Inspira para dentro do Museu das Favelas, a gente transforma voz em registro e ideia em legado. É sobre escalar a inteligência cultural dos territórios e reconhecer a favela como criação, produção e solução”, afirma Tiago Trindade, CCO, sócio e cofundador da Digital Favela.

Para Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas, sediar o evento é mais uma oportunidade de valorizar as potências criativas que emergem das favelas. “O Dia de Corre tem como propósito reconhecer e impulsionar iniciativas que transformam realidades por meio da cultura e da inovação. Ao receber o Favela Inspira, reforçamos esse compromisso e celebramos o poder das parcerias que conectam o empreendedorismo periférico e as novas narrativas que nascem nas favelas. Esse é um dos nossos principais propósitos enquanto instituição, por isso ficamos tão honrados em fazer parte desta edição”, comenta.