Décadas depois de seu surgimento no Rio de Janeiro, o baile charme chega com força total a São Paulo, conquistando novos públicos e espaços. Toda segunda-feira, o estilo musical ecoa pelo Vale do Anhangabaú, que se transforma em um grande salão a céu aberto.

O suingue de alma carioca com batidas envolventes e coreografias coletivas reúne centenas de pessoas no centro da capital paulista. Aberto a todos os corpos e idades, o evento reúne quem busca cultura e alegria fora do circuito comercial da cidade.

Por trás do movimento está o produtor Sammy Ricardo, que comanda o Sampa Charme, coletivo responsável pelas aulas gratuitas. Segundo ele, em toda aula, são ensinadas coreografias iniciantes e intermediárias para quem já está indo há um tempo poder continuar evoluindo e para quem nunca dançou poder participar.

Das 20h às 22h, sem necessidade de inscrição e com acesso gratuito, a população de São Paulo é convidada a aprender os passos sincronizados, soltar o corpo e, acima de tudo, se reconectar. E mesmo quem nunca dançou logo se vê contagiado pelo clima de acolhimento que define cada encontro.

Mais do que uma atividade física ou uma simples aula de dança, o baile charme se tornou um espaço de expressão e conexão entre as pessoas. Dançar em grupo, seguir o ritmo, aprender com os mais experientes e acolher os novatos é parte de um processo que vai muito além da coreografia, é sobre criar uma rede.

“A galera que participa abraça bem que está chegando. Toda semana, aparecem umas 20, 30, 40 pessoas novas que nunca fizeram a aula. E as pessoas formam bolhas sociais e começam a sair juntas”, conta Sammy.

Ocupação positiva dos espaços urbanos

Eventos como esse reforçam o direito à cidade: a ocupação positiva do espaço público, sem consumo obrigatório ou barreiras financeiras, fortalece o senso de pertencimento e transforma a relação das pessoas com o território.

De acordo com Sammy, levar esse tipo de evento para o Centro, com duas linhas de metrô, o torna acessível e inclusivo, além de ajudar a ressignificar a imagem da região. “Temos tido uma aceitação muito bacana e a partir dali estamos indo para outros locais, como Sescs, Casas de cultura e eventos corporativos”, comemora.

Quem passa pelo Vale e vê a roda formada, os passos marcados e os sorrisos trocados percebe que ali se constrói algo maior: uma comunidade dançante e vibrante, que transforma qualquer noite comum de segunda-feira em um ritual de alegria.

Como participar?

Qualquer pessoa pode chegar, não é preciso saber dançar nem fazer inscrição. Basta estar no Vale do Anhangabaú às segundas-feiras, entre 20h e 22h. O clima é leve, e os instrutores estão ali para acolher todos os níveis, do iniciante ao mais experiente.

Aula de Baile Charme – Sampa Charme

• Vale do Anhangabaú – São Paulo
• Todas as segundas-feiras
• Das 20h às 22h
• Gratuito | Sem cadastro | Livre para todos os públicos