Exposição ‘Design e cotidiano na coleção Azevedo Moura’

A exposição ‘Design e cotidiano na coleção Azevedo Moura’ chega ao Museu do Ipiranga para mostrar que objetos materiais são grandes contadores de história! Em cartaz pelos próximos quatro meses, de 27 de maio até 28 de setembro, reúne 930 artefatos da coleção de Tina e Calito de Azevedo Moura, adquiridos desde os anos 1960 no Sul do país. 

Gratuita, a mostra propõe a narrativa de que objetos do cotidiano carregam identidade. O foco não é trazer peças de grande valor monetário, mas sim de valor simbólico! 

O público é transportado para outro imaginário e tempo histórico: o dos imigrantes europeus do século XIX e XX, antigos donos dos objetos. Estão presentes cartões postais, utensílios de cozinha, cadeiras, folhetos publicitários, brinquedos, marcenaria e até peças de madeira entalhados por eles próprios. Tem até um cavalo de madeira com cerca de 2 metros!

Eles correspondem às coisas materiais presentes no dia a dia dos imigrantes, majoritariamente italianos e alemães, que muitas vezes os produziam. Era uma realidade distante das elites e marcada pelo trabalho manual, não por peças industriais idênticas. É justamente esse universo que a exposição busca valorizar.

Os objetos carregam as memórias de suas terras natais e se tornam uma forma de preservar a identidade – misturada aos meios materiais disponíveis no novo país, o Brasil. 

Com curadoria de Adélia Borges, Doutora Honoris Causa pela UNESP, ‘Design e cotidiano na coleção Azevedo Moura’ também provoca reconhecimento no público, que consegue enxergar sua própria história nos objetos. “A maior parte é rudimentar e remete à nossa raiz rural. A urbanização do Brasil é recente, então essas peças suscitam relações fraternas, tradições geracionais e memórias afetivas”, diz Borges.

Parte da exposição passou anteriormente pelo Rio Grande do Sul, mas precisou ser encerrada antes do previsto devido à tragédia das enchentes na região em 2024. Agora, acontece no salão de exposições temporárias do Museu do Ipiranga – com acesso gratuito, ao contrário do restante do museu.

Mas fica a dica: vale a pena aproveitar a visita para conhecer também o prédio histórico e as exposições fixas. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Às quartas-feiras, a entrada é gratuita!