Imagina um lugar onde a arte fala, se move e até respira? Pois é exatamente isso que a Casa de Cultura do Parque, em São Paulo, promete entregar a partir do dia 29 de novembro, com o III Ciclo Expositivo — três mostras gratuitas que brincam com o tempo, o corpo e o som.

Mergulhado no acervo da fundadora e diretora executiva da Casa, Regina Pinho de Almeida, o ciclo traz uma mistura deliciosa de linguagens e materiais. São obras que desafiam o olhar e mostram que arte também pode ser barulho, movimento e reflexão.

Na Galeria, a exposição “Som e Fúria” mergulha na intensidade humana com obras de artistas como André Komatsu, Chelpa Ferro e Nuno Ramos. Tudo isso embalado pela energia de William Faulkner e Shakespeare — sim, os clássicos literários viram inspiração para questionar o caos e a emoção contemporânea.

O Gabinete recebe “Balada para um espectro”, uma viagem por caixas, livros e múltiplos que transformam o ato de colecionar em arte. Entre os nomes, estão Cildo Meireles, Augusto de Campos e o icônico Marcel Duchamp, com o múltiplo de sua Caixa Verde — um dos marcos do conceito de ready-made.

Já a mostra “Corpo-a-corpo”, no Projeto 280×1020, traz o corpo como campo de batalha e poesia. Artistas como Bárbara Wagner, Regina Parra e Acelino Sales – MAHKU revelam vivências atravessadas por questões sociais e culturais. A série “Brasília Teimosa”, de Wagner, por exemplo, celebra o domingo à beira-mar como ato de resistência e alegria coletiva na periferia do Recife.

E tem arte até do lado de fora: a fachada da Casa ganha as bandeiras fluorescentes de Aline Ricci, na exposição “Para-luz”, que transforma tecidos de segurança em paisagens geométricas e vibrantes.

Com vista para o Parque Villa-Lobos, a Casa de Cultura do Parque é aquele espaço que faz a gente respirar arte — literalmente. Tudo é gratuito, livre para todos os públicos e perfeito pra quem quer um passeio cultural que também faz pensar.