Cães quebram monotonia e levam alegria a asilos
Morar num asilo, longe da família, não está nos planos de ninguém, mas, quando as circunstâncias levam a isso, há iniciativas que tornam mais divertida a vida nessas casas, como a presença de cães terapeutas.
Melhorar a saúde (física, emocional e mental) dos idosos através dos benefícios terapêuticos da relação homem-animal é a proposta da ONG Inataa (Instituto Nacional de Ações e Terapia Assistida por Animais) desde 2008.
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A cada mês são realizados 400 atendimentos em casas de longa permanência, e a participação dos cães é fundamental. “Temos atividade assistida por animais, fisioterapia assistida por animais e psicologia assistida por animais”, explica Cristiane Blanco, 38 anos, diretora de Terapia Assistida por Animais da organização.
“Na atividade, os idosos interagem livremente com os cães –afagam, conversam, brincam–; na fisioterapia, fazem exercícios com o auxílio dos cães e, na psicologia, realizam diversas atividades que estimulam funções cognitivas, percepção tátil e destreza motora”, completa.
Cristiane cita uma das pesquisas científicas que comprovam a eficácia dessa terapia. “Um estudo realizado pelo dr. J. S. J. Odeendal e colaboradores em 2001 mostra que, após um contato positivo de 15 a 20 minutos com um animal, pode ser observado um aumento de dopamina, serotonina, acetilcolina, endorfina e oxitocina no paciente, que são hormônios e neurotransmissores relacionados à sensação de bem-estar e prazer.”
Segundo ela, “também foi observada a diminuição da adrenalina, com consequente controle da frequência cardíaca e pressão arterial, e diminuição do cortisol, hormônio relacionado ao estresse.”
No dia a dia, a percepção também é positiva. Os profissionais que trabalham com os idosos relatam vários benefícios:
– Melhora da autoestima (os idosos se arrumam para receber a visita dos cães);
– Maior interação com o grupo (contam histórias de vida aos colegas, comentam o que sentem de especial na visita com os cães);
– Bom humor (há uma diminuição da agressividade e melhora em quadros depressivos);
– Resgate do sentimento de carinho e bem-estar através do contato físico com o cão;
– Redução no sentimento de isolamento (durante a interação, o idoso tem a oportunidade de acariciar, beijar, abraçar sem medo. Sentem-se aceitos e especiais com a afetividade demonstrada pelo animal durante a visita).
Hoje, 40 cães fazem o trabalho nos asilos, todos voluntários. A seleção depende do perfil do paciente e da capacitação necessária para a atividade. O dono do animal pode acompanhar as visitas, e o cachorro deve estar com boas condições de saúde, ser sociável com outros animais, gostar de pessoas e de ser tocado, além de ser adestrado.
Seu cãozinho é um sucesso por onde passa e você acha que ele tem vocação para ser terapeuta? Informe-se com a equipe da Inataa. Quem sabe ele entra para essa turma peluda que tem feito a diferença?
Por QSocial
*Este texto faz parte do projeto Geração Experiência, que tem como objetivo mostrar histórias de pessoas com mais de 60 anos que são inspiração para outras de qualquer idade.