Em noite histórica, seleção feminina vence EUA nos acréscimos e quebra tabu de 10 anos

Com gols de Kerolin e Amanda Gutierres, aos 49 do segundo tempo, seleção feminina impõe derrota histórica aos EUA

09/04/2025 10:16

Kerolin, uma das estrelas da seleção feminina, empatou a partida aos 23 do primeiro tempo – Rafael Ribeiro/CBF
Kerolin, uma das estrelas da seleção feminina, empatou a partida aos 23 do primeiro tempo – Rafael Ribeiro/CBF

Na madrugada desta quarta-feira, 9, um novo capítulo glorioso foi escrito na trajetória da seleção feminina de futebol. Com personalidade, coragem e talento, as Guerreiras do Brasil venceram, pela primeira vez na história, a poderosa equipe dos Estados Unidos em pleno território norte-americano.

O triunfo por 2 a 1 no PayPal Park, em San Jose, não foi apenas mais uma vitória: foi um marco histórico, encerrando um jejum de dez anos sem vencer as americanas e colocando fim a um tabu jamais quebrado por qualquer seleção sul-americana em solo dos EUA.

A noite começou com um susto. Logo no primeiro minuto, a brasileira naturalizada americana Catarina Macário abriu o placar para as donas da casa, fazendo valer a força ofensiva de uma seleção acostumada a vencer. Mas o Brasil, com maturidade e intensidade, não se abateu.

Aos 23 minutos, Kerolin, em jogada de pura frieza e habilidade, invadiu a área e encobriu a goleira adversária, deixando tudo igual com um golaço digno da história que estava por vir.

No segundo tempo, as brasileiras voltaram diferentes: mais agressivas, confiantes e donas do jogo. Arthur Elias mexeu na equipe e viu suas apostas darem resultado. Mesmo com seis substituições, o ritmo se manteve alto e a pressão sobre as americanas aumentou.

A recompensa chegou nos acréscimos, aos 49 minutos. Em um contra-ataque letal, Luany avançou pela direita e cruzou com precisão. Amanda Gutierres, que havia acabado de entrar na partida, apareceu na área e, de canhota, decretou a virada com um chute certeiro. Um gol para entrar para a história.

Brasil conquista quinta vitória sobre os EUA

Com essa vitória, o Brasil soma agora cinco triunfos sobre os Estados Unidos, sendo este o primeiro fora de casa. As quatro vitórias anteriores aconteceram em solo brasileiro, a última delas em 2014, em Brasília, com show de Marta. Esta, porém, carrega um simbolismo ainda maior: mostra que o Brasil está pronto para competir de igual para igual com as maiores potências do mundo.

Escrevendo a história 

“Fizemos história mais uma vez. Vencer aqui, contra uma seleção com tanta tradição e profundidade de elenco, é algo gigante”, comemorou o técnico Arthur Elias em entrevista após a partida, que exaltou a consistência da equipe e o merecimento pelo resultado conquistado.

Escalada com Natascha no gol; Lauren, Isa Haas e Fê Palermo na zaga; Bruninha, Angelina, Duda Sampaio e Yasmin no meio; Gabi Portilho, Gio Queiroz e Kerolin no ataque, a seleção feminina mostrou não só garra, mas uma organização tática e uma confiança que encantaram. Ao longo da partida, as entradas de Mariza, Kaká, Luany, Laís Estevam, Jheniffer e Amanda Gutierres ajudaram a manter o nível e consolidar a virada.

A vitória é simbólica: mais do que vencer as tetracampeãs mundiais, o Brasil mostrou que pode escrever seu próprio futuro com ousadia, técnica e determinação. E, se depender do que foi visto em San Jose, esse futuro promete ser brilhante.


“Autismo não se cura, se compreende”: Torcida do Ceará dá show na arquibancada

Hector, o cão fanático por futebol em um tour canino pelos estádios da Europa