Cachorros velam corpo de homem que morreu à espera do Samu
Segundo relatos, o idoso morreu gritando de dor, mas o atendente informou que 'ninguém morre’ disso
Na tarde de sexta-feira, 29, Damião de Almeida, de 68 anos, morreu agonizando depois de esperar mais de seis horas por uma equipe do Samu em Peruíbe, no litoral de São Paulo. Quando a polícia chegou, o idoso estava morto, deitado no chão coberto por uma manta, cercado pelos cachorros.
Os cães ficaram junto ao corpo o tempo todo, evitando que as pessoas se aproximassem.
Damião entrou em um bar pedindo socorro por volta das 9h30 da última sexta. Ele reclamava de fortes dores nas costas. O dono do estabelecimento e moradores da vizinhança chamaram ajuda.
Andrea Nunes Gonçalves, de 50 anos, contou ao G1 que um dos atendentes disse que “ninguém morria de dor”. Quem estava no local não sabia o motivo da agonia.
“Um descaso total. Ainda depois, a polícia chegou e perguntou por que não socorremos, mas eu não dirijo, não tínhamos como levar ele, a ambulância tinha que ter vindo. Só veio depois que ele morreu, mas era tarde demais”, contou.
“Ele estava se debruçando e gritando de dor, morreu ali no chão de um bar, sozinho, sem socorro. E quando ligamos, antes de ele falecer, o atendente ainda disse que ninguém morria de dor.”
O filho do idoso foi ao local, agradeceu e levou os cachorros para casa. O caso foi registrado como “morte suspeita” no 1º Distrito Policial de Peruíbe.