Um relatório divulgado pela MetSul Meteorologia indica que o clima extremo que afetou a Austrália, em agosto, serve como uma prévia do que pode acontecer no Brasil em setembro 

O mês passado apresentou grandes anomalias climáticas no país da Oceania, desviando-se significativamente das médias históricas, e espera-se que um cenário semelhante ocorra em várias regiões do Brasil neste mês. 

Na Austrália, agosto foi o mais quente já registrado, com temperaturas 3,02°C acima da média histórica. Além disso, o inverno australiano de 2023, que vai de junho a agosto, foi o segundo mais quente desde o início das medições em 1910, segundo dados do Bureau of Meteorology (BoM).

O que o calor na Austrália indica para o verão no Brasil?

 As evidências das mudanças climáticas são claras no que vem acontecendo na Austrália, onde apenas dois dos últimos trinta anos não superaram as médias de temperatura de longo prazo no mês de agosto. 

Este ano, o país vivenciou o inverno mais quente já registrado para o mês, com todas as oito capitais estaduais apresentando temperaturas significativamente acima da média, tanto nas mínimas quanto nas máximas.

A Austrália também registrou o dia de inverno mais quente de sua história, com impressionantes 41,6°C em Yampi Sound, na região noroeste da Austrália Ocidental.

Agosto na Austrália foi marcado pela ausência de frentes frias, que normalmente trazem chuvas, granizo, neve e ar frio para o sul do continente. Em vez disso, o país foi dominado por sistemas de alta pressão, e uma bolha de calor incomum se formou no interior no final do mês.

Desde que os registros começaram em 1910, a temperatura média na Austrália aumentou 1,47 ±0,24 °C, com o aquecimento mais acentuado ocorrendo a partir de 1950. Cada década desde então tem sido mais quente do que a anterior. Esse padrão de aquecimento na Austrália segue a tendência global, com um aumento de temperatura similar à média observada nas áreas terrestres de todo o mundo.

Altas temperaturas em todo o país 

O clima extremamente quente observado no último mês na Austrália também será uma realidade para grande parte do Brasil em setembro, com temperaturas significativamente acima das médias históricas em diversos estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes mensais e absolutos.

Um episódio de calor excepcional atingirá o país na primeira quinzena, resultando em um período prolongado de calor extremo, com temperaturas entre 40°C e 45°C em vastas áreas. Esse cenário tornará setembro um dos meses mais quentes já registrados no Brasil.

Vários estados enfrentarão calor intenso e extremo, com uma massa de ar quente impactando fortemente regiões como Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Bahia, Piauí e Maranhão, entre outros.