Cemitério Viking é descoberto em pequena cidade da Suécia

Os túmulos, datados entre 800 e 1050 d.C., pertencem à Era Viking

21/10/2024 21:00

Os túmulos, datados entre 800 e 1050 d.C., pertencem à Era Viking – Arkeologerna/Divulgação 
Os túmulos, datados entre 800 e 1050 d.C., pertencem à Era Viking – Arkeologerna/Divulgação 

Em 2017, a tranquila cidade de Tvååker, na Suécia, viu-se envolvida em um projeto de infraestrutura para modernizar seu sistema de água e construir uma rotatória.

O que ninguém esperava, no entanto, é que antes que as escavadeiras pudessem começar seu trabalho, a prefeitura convocou a Arkeologerna, uma agência governamental vinculada aos Museus Nacionais da Suécia, para realizar escavações preventivas no local, em busca de possíveis tesouros históricos ocultos.

Foi assim que a rotina da pequena cidade virou uma aventura digna de um épico Viking: sob a terra calma da cidade, arqueólogos encontraram um vasto cemitério da Era Viking, três naufrágios e até mesmo um monte em forma de navio. A revelação dessas descobertas foi anunciada no último dia dia 15 de outubro pela própria organização.

O cemitério viking

A Suécia, cujos primórdios remontam à Era da Pedra, viu esse período se encerrar por volta de 1.800 a.C. Mas, conforme os arqueólogos desbravavam camada por camada do terreno, descobriam túmulos de uma era mais recente. Já no primeiro ano da missão, a diretora do projeto, Petra Nordin, percebeu que o trabalho seria muito mais complexo do que o previsto.

“Descobrimos cinco túmulos contendo restos de ossos e marcas de fogueiras. Entre os ossos, havia tanto de cães quanto de humanos. Foi então que percebemos a magnitude da descoberta: estávamos diante de um grande cemitério Viking”, relatou Nordin em entrevista ao site Arkeonews.

O cemitério estava estrategicamente localizado no topo de uma colina plana, em meio a antigas rotas de transporte de Tvååker, mencionadas em crônicas históricas. Nomes como Järnmölle, Järnvirke, Gamla köpstad, Vare, Galtabäck e Utteros são citados em fontes antigas, evidenciando a importância da região.

Contudo, Nordin também ressaltou os desafios enfrentados: “O terreno foi arado e nivelado ao longo dos séculos para o cultivo, o que fez com que as estruturas visíveis desaparecessem, e os túmulos se afundassem e se fragmentassem. Tivemos que investigar tudo que estava soterrado e danificado.”

Um dos achados mais intrigantes foi o que os arqueólogos acreditam ser os destroços de um navio de 50 metros de comprimento, na mesma colina. “Encontramos cães ao redor de pequenas fogueiras e pessoas junto a grandes piras funerárias. Era comum que os cães fossem companheiros dos humanos até o momento final, acompanhando-os ao crematório”, disse Nordin.

Era Viking

Os túmulos, datados entre 800 e 1050 d.C., pertencem à Era Viking. Junto a eles, uma variedade de artefatos foi descoberta: fivelas, cerâmicas, pingentes e até fragmentos de uma moeda de prata árabe, datada entre 795 e 806 d.C., alinhando-se perfeitamente com a época dos túmulos.

O ritual de cremação, típico da cultura Viking, era amplamente praticado no local. E embora o cemitério seja imenso, após anos de trabalho, apenas 6% da área total foi explorada até agora, o que sugere que muitos segredos ainda aguardam para ser desvendados.