Coach resgatado em expedição cobra quase R$ 3 mil por curso

Pablo Marçal também responde a processo no Ministério Público do Trabalho por não seguir normas sanitárias durante a pandemia

09/01/2022 17:39

O coach Pablo Marçal cobra R$ 2.997 por curso que promete crescimento de dez anos em um. Ele ficou famosos no Brasil na última semana por causa de uma expedição ao Pico dos Marins, em Piquete (SP), que, segundo os bombeiros, colocou em risco a vida de 32 pessoas.

O coach Pablo Marçal e seu grupo que tentaram subir Pico dos Marins precisaram ser resgatados pelos bombeiros.
O coach Pablo Marçal e seu grupo que tentaram subir Pico dos Marins precisaram ser resgatados pelos bombeiros. - reprodução/Instagram

Segundo denúncias anônimas feitas ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em janeiro de 2021, a empresa ligada ao coach, sediada em Barueri (SP), não seguia as restrições e medidas sanitárias durante a pandemia, como, por exemplo, o uso obrigatório de máscara.

Marçal é de Goiânia, mas mora em São Paulo com a família.

O coach e o Pico dos Marins

Na quinta-feira, 6, o Corpo de Bombeiros realizou uma operação de resgate no Pico do Marins para salvar o coach e seu grupo. Um guia afirma que alertou sobre o perigo, mas foi ignorado.

Os profissionais que fizeram o socorro classificaram a expedição como a “pior ação já vista no Pico dos Marins”.

O coach Pablo Marçal e seu grupo que tentaram subir Pico dos Marins precisaram ser resgatados pelos bombeiros.
O coach Pablo Marçal e seu grupo que tentaram subir Pico dos Marins precisaram ser resgatados pelos bombeiros. - Reprodução/Instagram

“Algumas pessoas não suportam quem corre risco. Se você é uma pessoa que não corre risco, dificilmente você vai governar ou chegar no topo”, disse Marçal em uma live no YouTube.

“Na nossa subida ontem na montanha, a gente correu muito risco. Aí alguém me fala: ‘Mas pra que correr risco?’ Se você não quer correr risco, fica na sua casa assistindo os stories.”

Com as condições adversas e registrando tudo nas redes sociais, Marçal insistiu em subir o Pico, orando para que Deus parasse o vento. Ele tentou convencer as pessoas de que a expedição “era uma chance de crescimento”.

Os bombeiros acionados durante a madrugada, quando a temperatura estava baixa e barracas foram arrastadas pela ventania. Sob essas condições, há um alto risco de hipotermia.

“Não me lembro de nenhuma coisa que me propus fazer que não consegui fazer. ‘Pablo, uma hora você pode morrer.’ Qualquer hora a gente pode morrer, mas é terrível você não poder viver o que quer viver e fazer as coisas que precisa fazer”, completou na live.