Fotos mais próximas já tiradas do Sol mostram explosões ‘misteriosas’
A recém-lançada sonda Solar Orbiter tirou as imagens a “apenas” 77 milhões de km do Sol
A ESA (Agência Espacial Europeia, sigla em inglês) e a Nasa divulgaram na quinta-feira, 16, as imagens mais próximas do Sol já feitas por uma sonda espacial.
As fotos em alta resolução foram tiradas pelo Solar Orbiter, missão conjunta das agências lançada em fevereiro deste ano, e revelam detalhes inéditos da superfície solar.
A primeira passagem da Solar Orbiter próxima ao Sol –a 77 milhões de km do astro– ocorreu em junho.
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A sonda carrega seis instrumentos de imagens capazes de estudar, cada um, diferentes aspectos do Sol.
Segundo a Nasa, apesar de as primeiras imagens terem como principal objetivo verificar o funcionamento dos instrumentos –o que não necessariamente implica descobertas científicas–, a sonda já apresentou dados, por meio do equipamento Imager Ultravioleta Extremo, que sugerem características solares “nunca observadas com tamanho detalhamento”.
A sequência de fotos divulgadas pela ESO e pela Nasa revelam minúsculas explosões solares perto da superfície da estrela.
Os cientistas apelidaram essas chamas de “fogueiras”, pois são de milhões a bilhões de vezes menores que as explosões maciças e energéticas que surgem periodicamente do Sol e que são visíveis na terra com ajuda de telescópios.
“Essas imagens sem precedentes do Sol são as mais próximas que já obtivemos. São imagens que ajudarão os cientistas a reunir as camadas atmosféricas do Sol, o que é importante para entender como ele conduz o clima espacial perto da Terra e em todo o sistema solar”, disse Holly Gilbert, um dos cientistas que integram o projeto na Nasa.
Segundo o astrofísico David Berghmans, do Observatório Real da Bélgica, em Bruxelas, “essas fogueiras são explosões solares com dimensões pelo menos 1 milhão, talvez 1 bilhão, de vezes menores”. “Ao olhar para as novas imagens de alta resolução, vimos que elas estão literalmente em todos os lugares observados”, disse.
Entretanto, ainda não está claro o que são essas fogueiras ou como elas correspondem aos fluxos luminosos solares observados por outras naves espaciais.
Uma das possibilidades é de que essas “fogueiras” sejam mini explosões conhecidas como nanoflares – faíscas minúsculas, porém onipresentes, teorizadas para ajudar a aquecer a atmosfera externa do Sol ou sua coroa a temperaturas até 300 vezes mais quente do que a de sua superfície.
No entanto, para confirmar essa hipótese, os cientistas precisam de uma medição mais precisa da temperatura dessas fogueiras, o que deverá ser feito por outro equipamento carregado pela sonda – no caso, a Imagem Espectral do Ambiente Coronal, ou instrumento Spice.