Menino rouba a cena em audiência com o Papa
Depois do encontro, o líder da Igreja Católica agradeceu pela lição que o garoto deu a todos
Na audiência do papa Francisco, realizada nesta quarta-feira, 20, um menino conseguiu burlar a segurança do sumo pontífice e acabou roubando a cena.
“Agradeço a esse menino pela lição que deu a todos nós. Que o Senhor o ajude em sua limitação, à medida que ele cresce, porque o que ele fez veio do coração”, disse o papa.
A criança, de aproximadamente 10 anos, se aproximou no início da cerimônia, brincou com o líder da Igreja Católica e ganhou um solidéu.
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Outubro não foi um mês fácil para a Igreja Católica.
O relatório da Comissão Independente sobre Abuso Sexual na Igreja Católica (Ciase) revelou mais de 330 mil casos de abuso sexual, entre 1950 e 2020, dentro da instituição na França.
Papa Francisco se disse envergonhado e pediu que episódios dessa natureza não se repitam. “Infelizmente são números enormes”, disse o Papa. Certamente, o relatório da Ciese não tem precedentes.
O chefe da conferência episcopal francesa, Éric de Moulins-Beaufort, disse que o número foi “muito maior do que o esperado” e pediu perdão.
O documento inédito foi encomendado em 2018 pela Conferência dos Bispos da França para investigar a pedofilia na Igreja. Segundo o levantamento, entre 2.900 e 3.200 pedófilos agiram no período pesquisado.
Com o título “Violência sexual na Igreja Católica – França, 1950-2020”, foi entregue ao chefe da Conferência dos Bispos da França e traz centenas de interrogatórios e arquivos da igreja.
A maioria das vítimas são crianças de 10 a 13 anos.
Papa determina punição mais severa
A partir de dezembro de 2021, clérigos que cometerem abuso sexual contra adultos também serão criminalizados, segundo determinação do papa Francisco. Casos envolvendo crianças e adolescentes já estavam previstos no Código de Direito Canônico.
A nova diretriz também prevê demissão a bispos e superiores religiosos que agirem por omissão ou negligência. Passa a ser obrigatório relatar as denúncias de abuso.
A mudança visa evitar acobertamentos de práticas que não condizem com a posição da Igreja.
Em carta apostólica, papa Francisco afirma que crimes de abuso sexual causam danos físicos, psicológicos e espirituais às vítimas e “lesam a comunidade dos fiéis”.
“Para que tais fenômenos, em todas as suas formas, não aconteçam mais, é necessária uma conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e eficazes que envolvam a todos na Igreja.”
Além da punição eclesiástica, o Código Penal do Brasil prevê crimes sexuais contra adultos no artigo 215. A medida, no entanto, procura diminuir o desgaste da Igreja Católica no mundo.