Nomes populares estão desaparecendo dos registros no Brasil: veja quais e por que isso acontece

Você sabia que alguns nomes que foram muito comuns no Brasil no século passado praticamente desapareceram dos registros civis? Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, nomes tradicionais que já tiveram dezenas de milhares de registros hoje acumulam menos de 10 mil ocorrências por ano.

Entre os que mais perderam popularidade estão Neusa, Terezinha, Alzira, Benedito e Severino. Enquanto Neusa teve mais de 36 mil registros na década de 1950 e caiu para apenas 243 nos anos 2000, Terezinha, que já somou 84 mil registros, hoje aparece em menos de 770. Entre os homens, o nome Benedito passou de 54 mil registros nos anos 50 para pouco mais de 2,5 mil. Severino seguiu o mesmo caminho: de quase 40 mil registros caiu para pouco mais de 1,3 mil.

Lista de nomes que caíram em desuso

Além dos clássicos que marcaram gerações, outros nomes também perderam força nos cartórios brasileiros. Confira alguns exemplos:

• Severino: 1.373 registros;
• Benedito: 2.560 registros;
• Terezinha: 768 registros;
  Neusa: 243 registros;
• Agenor: 28.397 registros;
• Ataíde: 13.165 registros;
• Celestina: 4.855 registros;
• Clotilde: 9.103 registros;
• Delfina: 5.445 registros;
• Oswaldo: 1.335 registros.

Esses números mostram que nomes muito comuns entre avós e bisavós de hoje estão, pouco a pouco, desaparecendo.

Por que a popularidade dos nomes muda

A escolha de nomes é reflexo direto de mudanças culturais, sociais e até mesmo globais. Vários fatores ajudam a explicar por que alguns nomes se tornam tendência enquanto outros caem no esquecimento.

• A influência da mídia

Novelas, filmes, séries e até doramas têm papel importante na escolha de nomes. Um exemplo é o nome Enzo, que ganhou força no Brasil nos anos 2000 e 2010, impulsionado pela novela Avenida Brasil (2012). Personagens populares acabam inspirando pais na hora de nomear os filhos.

• A força da religião

A tradição religiosa também influencia. Nomes como Maria e José dificilmente caem em desuso, pois são fortemente associados a figuras sagradas. No passado, era comum registrar crianças com nomes de santos ou personalidades religiosas, como Benedito. Apesar da queda desse nome específico, outros ligados à fé continuam no topo dos registros.

Globalização e busca por nomes únicos

Nos últimos anos, a tendência é optar por nomes curtos, modernos e fáceis de pronunciar em diferentes idiomas. Pais buscam nomes considerados mais universais e exclusivos, como Lia, Theo e Brian. Isso contribui para que nomes tradicionais, antes muito comuns, passem a ser evitados por parecerem “antigos” ou “populares demais”.

Enquanto alguns nomes carregam memórias afetivas e familiares, outros acabam sendo substituídos por opções modernas e internacionais. Essa transição mostra como os nomes acompanham as mudanças culturais e revelam muito sobre cada época.