Seu gato some do nada? O que a ciência descobriu sobre esse hábito surpreende

Estudos mostram que o sumiço repentino dos gatos não é aleatório e revela muito sobre instinto, segurança e vínculo com o tutor

10/12/2025 14:01

Quem convive com gatos já se acostumou a procurá-los em lugares improváveis. De repente, eles desaparecem por minutos ou horas e só reaparecem quando querem. Segundo pesquisas em comportamento felino, esse sumiço não é descaso. Trata-se de um reflexo direto da herança evolutiva dos felinos, que precisavam se esconder para caçar e se proteger de predadores. Por mais que vivam hoje em segurança, o cérebro deles ainda funciona como o de um pequeno caçador atento ao ambiente.

O papel do instinto de sobrevivência

Gatos são animais territorialistas, mas também extremamente cautelosos. A ciência explica que o hábito de sumir está relacionado ao comportamento de autorregulação do estresse. Quando algo muda na casa, como barulhos, visitas, objetos novos ou até humor do tutor, eles tendem a se afastar para se sentir seguros. Esconder-se reduz estímulos, diminui a ansiedade e permite que eles avaliem o ambiente sem serem vistos. É como se fizessem uma pausa estratégica antes de retomar a rotina.

A ciência explica que o hábito de se esconder dos gatos está relacionado ao comportamento de autorregulação do estresse
A ciência explica que o hábito de se esconder dos gatos está relacionado ao comportamento de autorregulação do estresse - Dmytro_Skorobogatov/istock

Por que eles escolhem lugares improváveis

Roupas empilhadas, caixas, gavetas abertas, espaços atrás de móveis ou até o fundo do armário. Gatos procuram locais pequenos, quentes e protegidos. Estudos mostram que ambientes confinados ajudam a regular a temperatura corporal e proporcionam a sensação de controle, algo fundamental para o bem-estar felino. Esses esconderijos funcionam como “zonas de segurança”, onde eles podem relaxar sem interrupções. Não é apenas conforto: é uma necessidade biológica.

Quando o sumiço é um sinal de alerta

Apesar de natural, o desaparecimento frequente pode indicar incômodo. Se o gato passa tempo demais escondido, evita contato ou muda hábitos de sono e alimentação, isso pode ser reflexo de dor, medo ou estresse crônico. Mudanças recentes na casa, como reformas e novos animais, também podem intensificar esse comportamento. Em casos em que o sumiço se torna extremo, é importante observar outros sinais físicos e, se necessário, buscar orientação veterinária.

Como ajudar seu gato a se sentir seguro

Há estratégias simples que reduzem o comportamento de fuga. Disponibilizar caixas, tocas e prateleiras altas permite que o gato escolha seus esconderijos sem sensação de ameaça. Criar uma rotina previsível, com horários de alimentação e brincadeiras, também ajuda a diminuir a necessidade de isolamento. O enriquecimento ambiental, com brinquedos, arranhadores e estímulos sensoriais, contribui para que ele se sinta mais confiante e menos reativo às mudanças.

O que o sumiço revela sobre o vínculo com o tutor

Ao contrário do que muitos pensam, quando um gato some não significa que ele não gosta da casa ou do dono. Na verdade, esse comportamento indica que ele confia no ambiente a ponto de usá-lo como território seguro. Gatos não se escondem em locais onde não se sentem protegidos. Portanto, o desaparecimento é, muitas vezes, um sinal de que ele encontrou espaço para se autorregular emocionalmente.