Sol surpreende a NASA com aumento inesperado de atividade após 16 anos

O fenômeno representam riscos para satélites e missões espaciais, além de poder afetar sistemas terrestres como redes elétricas e GPS

18/09/2025 11:56

Depois de mais de uma década em seu período mais calmo já registrado, o Sol está ficando cada vez mais ativo, e isso pegou os cientistas de surpresa. Pesquisadores da NASA identificaram que, desde 2008, quando a estrela atingiu seu ponto mínimo de atividade, ela vem intensificando gradualmente a emissão de energia e partículas, contrariando as previsões de que permaneceria em um longo “sono solar”.

A descoberta, publicada no início de setembro no Astrophysical Journal Letters, foi conduzida pelos pesquisadores Jamie Jasinski e Marco Velli, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial norte-americana.

Jasinski, físico de plasma espacial da NASA, afirmou que os sinais anteriores indicavam um ciclo de baixa prolongado. “Ver essa mudança foi inesperado. O Sol está acordando devagar, mas de forma constante”, explicou.

O que essa mudança significa para a Terra

O aumento de atividade solar traz consequências que vão além da astronomia. Com mais erupções solares e ejeções de massa coronal, cresce o risco de tempestades geomagnéticas capazes de afetar satélites, expor astronautas a doses elevadas de radiação e até provocar falhas em redes elétricas, GPS e sistemas de comunicação no planeta.

A Terra está atualmente no Ciclo Solar 25, que começou em 2020 e já é mais intenso que o ciclo anterior, considerado o mais fraco em 100 anos. O próximo, o Ciclo Solar 26, deve começar entre 2029 e 2032 e poderá trazer eventos ainda mais energéticos.

Novo estudo aponta aumento inesperado na atividade solar desde 2008
Novo estudo aponta aumento inesperado na atividade solar desde 2008 - dzika_mrowka/istock

Missões para entender o clima espacial

Para acompanhar essa fase turbulenta, a NASA prepara uma série de novas missões. Entre elas estão a Interstellar Mapping and Acceleration Probe (IMAP) e o Carruthers Geocorona Observatory, que vão ajudar a mapear partículas solares e compreender melhor como elas interagem com a Terra. Outra missão é a SWFO-L1, da NOAA, que será lançada em breve a bordo de um foguete Falcon 9 para monitorar o clima espacial em tempo real.

Tempestades solares recentes preocupam especialistas

Em 2024, a atividade do Sol já deu sinais do que pode vir pela frente. Uma tempestade geomagnética intensa levou a aurora boreal a ser vista em locais inusitados, como o sul do México, algo extremamente raro. Eventos assim, além de belos, podem ter impacto direto na tecnologia, prejudicando conexões de internet e comunicações globais.