Árvore sobrevivente ao 11 de Setembro é flor que furou o asfalto

Uma pereira-de-jardim encontrada sob os escombros um mês depois do ataque de 2001 nos EUA se tornou um símbolo de resiliência

No poema “A Flor e a Náusea”, Carlos Drummond de Andrade exalta uma flor que nasceu na rua e “furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio”; um símbolo de resiliência e resistência em meio ao caos e à aridez. Assim, quando menos se espera, algo ainda respira sob os escombros. Literalmente foi o que os trabalhadores que limpavam os destroços dos atentados terroristas de 2001 nas Torres Gêmeas de Nova York (EUA) descobriram um mês depois do ocorrido: a árvore sobrevivente ao 11 de Setembro.

Foi no Marco Zero, onde ficava o World Trade Center, que ela foi encontrada, quase toda carbonizada, porém ainda verdejante em algumas folhas de um único ramo. Uma pereira-de-jardim, em luta contra a devastação ao redor.

Para que a árvore se recuperasse, ela foi encaminhada para o Van Cortlandt Park, no Bronx. Lá, foi devidamente cuidada pelo Departamento de Parques e Recreação de Nova York.

Ao longo de nove anos de reabilitação, a pereira-de-jardim ganhou nova força. Já em 2002, uma boa quantidade de folhas podia ser vista em sua estrutura; uma pomba fazia ninho em seus galhos.

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A árvore sobrevivente ao 11 de Setembro é uma pereira-de-jardim
Créditos: Reprodução/911memorial.org
A árvore sobrevivente ao 11 de Setembro é uma pereira-de-jardim

Em 2010, a árvore sobrevivente ao 11 de Setembro provou mais uma vez sua vocação para a persistência: não sucumbiu a uma forte tempestade. No final do mesmo ano, foi decidido que ela deveria voltar para casa. Já tinha, então, dez metros de altura.

Desde então, é uma atração especial do Memorial e Museu do 11 de Setembro, onde vive protegida por uma cerca.

Já recebeu visitas ilustres, como a de Barack Obama. Em 2011, o presidente dos EUA depositou, sob os galhos da pereira-de-jardim, uma coroa de flores azuis, vermelhas e brancas, por ocasião da morte de Osama Bin Laden.

Brancas também são as flores da árvore sobrevivente ao 11 de Setembro. Um marco de resistência; como se, contra toda a náusea e o ódio, bastasse a flor. E basta, de fato, como já dizia o sábio poeta.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.

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