Bomba de irrigação usa energia da correnteza dos rios
Há lugares em que as águas pluviais são, literalmente, a salvação da lavoura. Outros não têm a mesma sorte e precisam de uma ajudinha do homem para molhar as plantações. Pois uma empresa com escritórios na Holanda e no Nepal resolveu inventar um jeito de carregar a própria chuva para aguar os campos que não a recebem dos céus. Explicando melhor: ela criou uma bomba de irrigação que se chama Barsha, ou chuva no idioma nepalês.
Sustentável, aliás, é um adjetivo que de fato se aplica ao equipamento. Seu motor hidráulico é acionado pela força das correntezas de rios e canais. Trata-se de uma roda-d’água cuja energia cinética bombeia a água da irrigação para locais mais elevados. Assim, o mecanismo dispensa combustíveis fósseis e eletricidade e não emite qualquer tipo de gás poluente, como o CO2.
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Para o alto e avante: a Barsha, que possui um diâmetro de um metro e meio, impulsiona a água a até 20 metros para cima ou a 2 km na horizontal de terrenos planos. Sua capacidade de bombeamento é de até 40 mil litros de água por dia, dependendo da velocidade do fluxo da corrente fluvial que a alimenta.
Já implementada em países como Nepal e Indonésia, a bomba sustentável de irrigação gera uma economia de até 70% no processo, na comparação com aparelhos convencionais a diesel. Em 2016, a Barsha foi premiada em um programa da Siemens de apoio a soluções tecnológicas de baixo impacto ambiental.
Os gastos com a manutenção do equipamento são mínimos. Seu custo, porém, é cerca de 10 vezes maior que o dos tradicionais: € 2.000 (cerca de R$ 8.200). Por essa razão, a fabricante, aQysta, tem procurado comercializá-lo com distribuidores privados e governamentais e ONGs que possam locá-lo para pequenos e médios produtores agrícolas.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.