Plataforma mostra uso de energia solar em comunidades da Amazônia

Saiba como um projeto reaproveitou painéis fotovoltaicos para fomentar atividades produtivas da população ribeirinha

Em parceria com qsocial
14/12/2018 09:58 / Atualizado em 26/12/2018 11:14

Quando acaba a luz por algumas horas em nossas casas, já entramos em desespero por tudo o que deixamos de fazer “no escuro”.

Pense, então, nas limitações de quem vive sem energia elétrica o tempo todo. No mundo, 1 bilhão de pessoas enfrentam esse problema.

No Brasil, 1 milhão delas. Pois uma plataforma que aborda o uso de energia solar por essas famílias surge para jogar uma nova luz sobre a questão.

O uso de energia solar beneficia comunidades ribeirinhas da Amazônia
O uso de energia solar beneficia comunidades ribeirinhas da Amazônia - Divulgação/Samara Souza

Em forma de story map, um tipo de mapa que conta uma história, a plataforma mostra os desafios e problemas que comunidades enfrentam por falta de acesso à rede de energia elétrica no Brasil.

Trata-se sobretudo de indígenas e ribeirinhos que vivem na Amazônia.

E são essas as populações-alvo de um projeto-piloto do WWF-Brasil, ONG de proteção ambiental, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

Chamado de Resex Solar, o projeto levou sistemas de uso de energia solar para comunidades de reservas extrativistas no sul da Amazônia.

Entre março de 2016 e julho de 2018, foram implantados 20 sistemas de energia solar
Entre março de 2016 e julho de 2018, foram implantados 20 sistemas de energia solar - Samara Souza/WWF Brasil

Além disso, capacitou seus moradores para a instalação e a manutenção desses sistemas.

Entre março de 2016 e julho de 2018, foi implantado um total de 20 sistemas, com a capacitação de mais de 40 comunitários.

O impacto em suas vidas foi enorme. E em vários aspectos.

O uso de energia solar, por exemplo, propiciou a uma comunidade a instalação de uma bomba hidráulica.

Assim, os habitantes não precisaram mais buscar a água do rio a pé. Também potencializou as atividades produtivas da região.

Afinal, a produção de mandioca, o beneficiamento de polpa de frutas, a refrigeração dos pescados e a fabricação de gelo requerem energia.

Atividades noturnas

Da mesma forma, tornou  possível a realização de atividades de artesanato e educação à noite, graças à iluminação artificial. Isso sem contar a chance de assistir à TV.

O uso de energia solar evita também o uso de geradores que consomem combustíveis fósseis e boa parte da renda das comunidades.

Sistema de uso de energia solar instalado pelo projeto
Sistema de uso de energia solar instalado pelo projeto - Divulgação/Instituto Mamirauá

O Resex Solar utilizou sistemas fotovoltaicos por meio de um edital de doação do Ministério de Minas e Energia.

Os equipamentos solares haviam sido comprados na década de 1990 e ainda estavam funcionando, apesar de não ser utilizados.

O lote recebido pelo WWF-Brasil, uma das organizações a vencer a licitação pública, incluiu 300 painéis, inversores e controladores.

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Toda essa história é contada e enriquecida com dados e vídeos na plataforma.

Ela foi lançada nesta sexta-feira, 14 de dezembro, durante a COP 24, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece na Polônia.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.