Mineiro cultiva horta na laje com 150 espécies de plantas
Comerciante de Rio Novo (MG) ocupou um espaço de 120 m² no telhado de sua casa, onde montou até um galinheiro para fazer a compostagem da terra
Mente sã em corpo são: esse velho preceito para a vida saudável subiu no telhado de um comerciante que mora na cidade mineira de Rio Novo. E essa subida foi literal, uma vez que a saúde de Marco Antônio Pinheiro Machado, de 58 anos, melhorou de fato depois que ele passou a cultivar uma horta na laje de sua casa.
A parte relativa ao corpo se explica pelo consumo de hortaliças orgânicas como alternativa às que sofrem a ação dos agrotóxicos. Com a horta na laje, Marquinho Biggs, nome pelo qual o comerciante é mais conhecido, passou inclusive a comer menos carne e a se alimentar mais dos legumes frescos que colhe ali.
A mente sã, por sua vez, deve-se à verdadeira terapia que é cuidar da horta no telhado, na opinião do próprio Biggs.
Ele conta que a paixão pelo cultivo foi herdada do pai, que o levava para os quintais em que plantava suas mudas desde que tinha três ou quatro anos de idade.
O projeto da horta na laje de sua casa foi iniciado há 15 anos. A estrutura precisou ser reforçada para aguentar o peso da vegetação, que hoje reúne cerca de 150 espécies diferentes.
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“É um telhado verde de 120 metros quadrados, onde há caixas-d’água para aguar a horta”, descreve. “Também crio peixes nelas. No solo, tenho uma cisterna com capacidade de 15 mil litros para captar a água da chuva. Toda a horta foi concebida em canteiros de madeira e vasos, projetados para economizar água.”
No espaço, Biggs colhe verduras, legumes, plantas aromáticas e medicinais e até PANCs (plantas alimentícias não convencionais), como serralha, capiçoba e beldroegas.
Uma de suas dicas para o cultivo de uma horta na laje é conhecer as particularidades de cada espécie, como a época de plantio e o ciclo da cultura.
Também é necessário providenciar a compostagem para enriquecer a terra, o que ele faz “de maneira orgânica”. “Tento ser o mais sustentável possível”, afirma.
“Uso esterco bovino, tenho criação de minhocas para húmus e fogão a lenha para obter cinza e carvão. Montei um galinheiro, com 10 galinhas, 6 codornas e 1 galo. Utilizo as cascas dos ovos como fonte de cálcio”, diz. “No piso do galinheiro, coloco serragem, a qual retiro depois de três meses e boto para curtir, dando origem a um excelente adubo. Trato as galinhas com sobras da cozinha e da horta.”
Marquinho Biggs também criou uma página no Facebook, a Horta na laje e pomar em vasos, para a troca de dicas e informações sobre o cultivo de plantas em casa.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.