Redes de pesca viram matéria-prima de biquínis e maiôs
Não há como apagar a crueldade marcada no uso de redes de pesca para captuar peixes, muitos deles até em extinção. Existe, contudo, um meio para que esse material, que já fez mal a espécies marinhas, possa ao menos não poluir mais o meio ambiente: reciclá-lo e transformá-lo em um novo produto: biquínis e maiôs.
Esse foi o pensamento da holandesa Ross van Woudenberg, há quatro anos, quando encontrou no mar a cura para sua depressão, mudou-se para a Austrália e lançou uma marca de roupas de banho ecológica.
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Hoje com 27 anos, Ross se deparou com questionamentos muito singulares em sua geração: desperdício excessivo e consequências da produção em massa na natureza e nas pessoas.
Foi então que a estilista, que já trabalhou para H&M e Acne Studios, criou a Lemon Spicy, marca de biquínis e maiôs produzidos a partir das redes jogadas ao mar para a caça de peixes.
Para que as roupas sejam produzidas, as redes são recolhidas do mar por voluntários de diversos países e transformado em nylon apropriado para costura, por meio de um processo de químico de despolimerização.
Em 2015, mais de 108 toneladas de redes foram recolhidas de mares da Holanda, Bélgica, Reino Unido, Grécia e Itália, de acordo com dados da Organização Healthy Seas.
Segundo a empresária, a fabricante das peças é uma empresa pequena, que foi escolhida a dedo na Ásia, de forma que a proposta sustentável, responsável e ética da Lemon Spicy seja mantida desde sua fabricação. Ross afirma também que os funcionários asiáticos são pagos por hora, não por peça.
Dentro da proposta da estilista, as peças não são só adequadas para o banho de mar, mas também para esportes aquáticos, principalmente o surfe.
Cada modelo de biquínis e maiôs conta com tecnologia de alta durabilidade, proteção solar, maciez e retenção das formas _ tudo para que a peça fique mais modelada ao corpo da pessoa.
Os produtos da Lemon Spicy são vendidos em site de financiamento coletivo. Os biquínis, por exemplo, custam a partir de US$ 129 (R$ 428) . Há também maiôs e camisetas. Os produtos podem ser enviados ao Brasil, com pagamento de frete internacional.
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.
Em parceria com qsocial