Animação destrói mitos sobre o trabalho infantil
Vídeo de campanha do Ministério Público do Trabalho mostra que crianças podem adoecer e comprometer o futuro
“Era uma vez um menino chamado Beto, que vivia de catar latinhas.” É assim que começa a animação do Ministério Público do Trabalho (MPT) para explicar sobre os riscos e os malefícios do trabalho infantil.
Catraca Livre criou o projeto Causando, apoiado pelo Carrefour, para mostrar como as marcas desenvolvem e assumem causas.
Na história, o menino, que vive em situação de vulnerabilidade social, começa a atuar como carregador de caixas na fábrica de seu Elias. Para o empresário, deixar a criança trabalhar seria melhor “do que ficar na rua ou do que roubar”.
A animação de 90 segundos, lançada em comemoração ao Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil (12 de junho), desconstrói, pouco a pouco, essa perspectiva. Mostra como o trabalho impacta negativamente a infância – e prejudica o futuro da criança.
- Estudo revela o que está envolvido na manifestação do autismo em crianças
- São Caetano e Rio Grande da Serra terão apresentações gratuitas do Coletivo Menelão de Teatro
- Sabina recebe exposição interativa que alerta sobre os riscos do uso da internet
- Decoração de Natal do Shopping Center Norte celebra os seus 40 anos e a conexão com a Zona Norte
A campanha “Toda Criança é Nossa Criança. Diga Não ao Trabalho Infantil” foi desenvolvida pela agência C4 Publicidade. As animações e as ilustrações ficaram a cargo de Vetor Zero/Lobo.
É o terceiro ano que o MPT investe na comunicação sobre trabalho infantil, com a hashtag #ChegaDeTrabalhoInfantil.
No site da iniciativa, a organização explica que “combater o trabalho infantil é ajudar a proteger as crianças brasileiras, garantindo que todas tenham uma infância plena e possam desenvolver seu potencial. Uma forma de construir uma sociedade mais justa e um futuro melhor para todos”.
Legislação
No país, o trabalho é proibido para quem ainda não completou 16 anos. Se for noturno, perigoso, insalubre ou atividades da lista TIP (piores formas de trabalho infantil), a proibição se estende aos 18 anos incompletos.
Aprendizes podem trabalhar a partir dos 14 anos. O contrato de trabalho dura até dois anos, período em que o jovem é capacitado na instituição formadora e na empresa, combinando formação teórica e prática.
Posicionamento sobre trabalho infantil
Na semana passada, o MPT, em parceria com o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, a Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, divulgou nota para alertar sobre os riscos do trabalho infantil.
O comunicado foi uma resposta ao posicionamento do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), em vídeo no Facebook. Na noite de quinta (4), ele defendeu o trabalho infantil, destacando não ter sido “prejudicado em nada” por ter colhido milho aos 9 anos de idade.
Disse ainda que “o trabalho dignifica o homem e a mulher, não interessa a idade”. Acrescentou que não apresentaria nenhum projeto de lei para descriminalizar a prática por saber que “seria massacrado”.
Na nota, o MPT e as demais organizações defendem que “a proteção da infância contra o trabalho infantil não é um compromisso aleatório, sem motivações”.
“Estudos e estatísticas diversos demonstram o quão nocivo o trabalho infantil é para a infância e para a adolescência. Entre outros prejuízos, é inegável que: provoca acidentes e adoecimentos, não raras vezes com mutilações e mortes; leva a baixo rendimento e consequente evasão escolar; colabora para a perda da autoestima; afasta a criança do lazer, da brincadeira e do descanso; provoca inversão de papéis com consequências diversas, como uso de drogas, alcoolismo, gravidez precoce e violência; rouba oportunidades; em suma, macula e mata a infância”, destacam as entidades.
Leia também: Relembre esportistas e artistas que são contra o trabalho infantil