Venda de água mineral ajuda a matar a sede no semiárido
“Às vezes, passavam dias para gente tomar banho porque a pouca água que a gente tinha precisava economizar”, lembra Maria Nair de Sá, de 51 anos. Até pouco tempo atrás, ela fazia parte dos 35 milhões de brasileiros sem acesso à água potável no país.
Descobrimos a história de Maria Nair e mais outras três Marias em uma comunidade rural de Jaguaruana, interior do Ceará. Para chegar até lá são cerca de 3 horas e meia de estrada, partindo de Fortaleza. No caminho, a paisagem revela a aridez da região e o calor, que desconhece o que é inverno, adianta que é preciso ser resistente para viver ali.
Saímos de São Paulo com uma finalidade: conhecer um projeto da Ambev que desde o início do ano tem levado água para dentro das casas das famílias do semiárido. De que maneira a empresa faz isso? Vendendo água.
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AMA – um projeto social
A cervejaria – que já produzia sucos e refrigerantes, além de cerveja – resolveu adicionar à sua linha de produtos uma água mineral chamada AMA. O propósito da nova empreitada era claro: destinar todo o lucro da venda para projetos que amenizassem os efeitos da seca no Nordeste.
E conseguiram! A primeira região beneficiada com o negócio social foi o Ceará, Estado que mais sofre com a seca no Brasil. Por lá, foram cinco anos consecutivos sem chuva. “Nesses cinco anos, só as bênçãos de Deus mesmo. Por vários dias, a gente não tinha água para fazer o café”, conta Maria de Fátima Lima, de 66 anos, que se aposentou plantando feijão e jerimum e desafiando o solo que teimava em rachar.
Água, quando tinha, era a que ela ia buscar com a vizinha Maria do Rosário em um poço distante cerca de 40 minutos da casa dela. Mesmo indo distante, a água que elas conseguiam tinha excesso de ferrugem, ou capa rosa – como é popularmente chamada.
“Essa água cheia de capa rosa era pra tomar banho, lavar roupa, pra tudo. Então, como é que a gente fazia para beber essa água que era vermelha? A gente furava um balde, botava uma tela fina no fundo do balde todo furado, botava areia e aquela areia coava aquela água todinha. O que caía embaixo era bem alvinha. Eu passava de novo em outro pano e botava no filtro para beber. Era assim que a gente fazia”.
O filtro de areia improvisado de dona Maria de Fátima só era dispensado quando a água vinha de cima.
– A senhora bebia água da chuva?
– Bebia! Botava para beber. A água é bem alvinha, boa que é uma beleza. Não vem das mãos de Deus, minha filha?
“Nunca tomei banho de chuveiro”
Do outro lado da comunidade, fomos conhecer Teresa Maria dos Santos de 55 anos. Mulher forte, agricultora, que aprendeu desde cedo a lidar com a adversidade do clima.
”Quando era pequenininha, a gente trepava em cima do catavento, rodava o catavento para puxar água do poço. Porque de dia tinha vento, à noite não tinha e a gente tinha que ter água”, lembra.
Na casa dela – uma típica moradia acolhedora do Nordeste – tudo muito organizado e limpo. O que chama atenção é a ausência de torneira na pia da cozinha e um banheiro sem chuveiro. Também, pudera! Água por lá chegou há pouco, ainda não deu tempo de fazer os ajustes necessários.
“Eu sempre tomei banho de canequinha, nunca tomei banho de chuveiro, não. Agora com a água aqui, estou com planos de comprar uma caixa e ajeitar o banheiro. Não vai ser agora, mas quando as coisas melhorarem, eu ajeito”.
Até agora, o lucro com a venda da água AMA viabilizou obras para a perfuração de poços e a instalação de micro usinas de energia solar, que beneficiaram 3 mil pessoas diretamente. Até o fim do ano, a Ambev pretende expandir o projeto para outras localidades do semiárido brasileiro onde o acesso à água potável ainda é escasso ou mesmo inexistente.
Ao comprar uma garrafinha da AMA nas principais redes de supermercado do país ou através do site www.emporio.com, o consumidor contribui para ampliação desse projeto. Conheça mais sobre a água AMA no site. Por lá, é possível acompanhar todo o lucro e os investimentos. Os números de todo o processo são verificados por uma auditoria externa da KPMG.