10 citações para entender as ideias de Simone de Beauvoir
A escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir é provavelmente a maior teórica social do feminismo, uma corrente que existe na Europa desde o começo do século 20, mas que ganhou vigor no Velho Continente e nos Estados Unidos a partir dos anos 1950 e 1960. Nessa época, o Dia da Mulher, lembrado mundialmente no dia 8 de março, se tornou um símbolo das desigualdades entre gêneros nas sociedades.
Autora de “O Segundo Sexo”, um clássico sobre o lugar da mulher no mundo, publicado em 1949, e de “Os Mandarins”, de 1954, uma novela sobre a vida intelectual francesa daquela época, Simone de Beauvoir morreu em 1986, já reconhecida por sua crítica social ao machismo. Seis anos antes dela, havia morrido seu esposo, o também filósofo Jean-Paul Sartre.
A seguir, dez citações que ajudam a entender um pouco mais as ideias de Simone:
- “Homem é a definição de ser humano e mulher é a definição de fêmea – quando ela se comporta como ser humano, ela diz que imita o homem”
- “Ninguém nasce, mas preferencialmente se torna, uma mulher”
- “Poucas tarefas são mais parecidas com a tortura de Sísifo do que o trabalho doméstico, com sua repetição sem fim: a limpeza se torna sujeira, a sujeira é limpeza, uma e outra vez, dia após dia. A dona de casa se desgasta com o passar do tempo: ela não faz nada, apenas perpetua o presente. Comendo, dormindo, limpando –os anos já não se levantam para o céu, eles se espalham adiante, cinzas e idênticos. A batalha contra a poeira e a sujeira nunca é vencida”
- “Toda opressão cria um estado de guerra; essa não é a exceção”
- “A vida de alguém tem valor enquanto alguém atribui valor à vida dos outros, por meio do amor, da amizade, da indignação e da compaixão”
- “Emancipar a mulher é a recusa de confiná-la das relações que ela carrega do homem, não para negá-las; deixá-la ter sua própria existência independente e continuar, no entanto, existindo para ele também: o reconhecimento mútuo de cada um como sujeito, cada um ainda existindo para o outro. A reciprocidade da relação não vai eliminar com milagres –desejo, possessão, amor, sonho, aventura– trabalhados na divisão de seres humanos em duas categorias separadas; e as palavras que nos move –dar, conquistar, unir– não vão perder seus significados. Ao contrário, quando nós abolimos a escravidão de metade da humanidade, juntos com todo o sistema de hipocrisia que isso implica, então a divisão da humanidade vai revelar seu significado genuíno e os casais humanos vão encontrar sua forma verdadeira”
- “Em si mesmo, a homossexualidade é tão limitante quanto o heterossexualismo: o ideal deveria ser a capacidade de amar uma mulher ou um homem; ou, um ser humano, sem sentir medos, restrições ou obrigações”
- “Cada um de nós é responsável por tudo e por todos os seres humanos”
- “No dia em que for possível à mulher o amor não em sua fraqueza, mas em sua força, não para escapar de si mesma, mas para se encontrar, não para se abater, mas para se afirmar. Naquele dia o amor se voltará para ela, assim como para o homem, a fonte de vida e não de perigo mortal. Enquanto isso, o amor representa em sua forma mais tocante a maldição que confina a mulher em seu universo feminino, mulher mutilada, insuficiente em si mesma”
- “Conhecimento próprio não é garantia de felicidade, mas isso está ao lado da felicidade e pode fornecer a coragem para lutar por ela”
Por Vinícius Mendes