10 citações para entender as ideias de Simone de Beauvoir

19/02/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:18

A escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir é provavelmente a maior teórica social do feminismo, uma corrente que existe na Europa desde o começo do século 20, mas que ganhou vigor no Velho Continente e nos Estados Unidos a partir dos anos 1950 e 1960. Nessa época, o Dia da Mulher, lembrado mundialmente no dia 8 de março, se tornou um símbolo das desigualdades entre gêneros nas sociedades.

Escritora francesa Simone de Beauvoir foi uma das principais pensadoras do feminismo
Escritora francesa Simone de Beauvoir foi uma das principais pensadoras do feminismo

Autora de “O Segundo Sexo”, um clássico sobre o lugar da mulher no mundo, publicado em 1949, e de “Os Mandarins”, de 1954, uma novela sobre a vida intelectual francesa daquela época, Simone de Beauvoir morreu em 1986, já reconhecida por sua crítica social ao machismo. Seis anos antes dela, havia morrido seu esposo, o também filósofo Jean-Paul Sartre.

A seguir, dez citações que ajudam a entender um pouco mais as ideias de Simone:

  1. “Homem é a definição de ser humano e mulher é a definição de fêmea – quando ela se comporta como ser humano, ela diz que imita o homem”
  2. “Ninguém nasce, mas preferencialmente se torna, uma mulher”
  3. “Poucas tarefas são mais parecidas com a tortura de Sísifo do que o trabalho doméstico, com sua repetição sem fim: a limpeza se torna sujeira, a sujeira é limpeza, uma e outra vez, dia após dia. A dona de casa se desgasta com o passar do tempo: ela não faz nada, apenas perpetua o presente. Comendo, dormindo, limpando –os anos já não se levantam para o céu, eles se espalham adiante, cinzas e idênticos. A batalha contra a poeira e a sujeira nunca é vencida”
  4. “Toda opressão cria um estado de guerra; essa não é a exceção”
  5. “A vida de alguém tem valor enquanto alguém atribui valor à vida dos outros, por meio do amor, da amizade, da indignação e da compaixão”
  6. “Emancipar a mulher é a recusa de confiná-la das relações que ela carrega do homem, não para negá-las; deixá-la ter sua própria existência independente e continuar, no entanto, existindo para ele também: o reconhecimento mútuo de cada um como sujeito, cada um ainda existindo para o outro. A reciprocidade da relação não vai eliminar com milagres –desejo, possessão, amor, sonho, aventura– trabalhados  na divisão de seres humanos em duas categorias separadas; e as palavras que nos move –dar, conquistar, unir– não vão perder seus significados. Ao contrário, quando nós abolimos a escravidão de metade da humanidade, juntos com todo o sistema de hipocrisia que isso implica, então a divisão da humanidade vai revelar seu significado genuíno e os casais humanos vão encontrar sua forma verdadeira”
  7. “Em si mesmo, a homossexualidade é tão limitante quanto o heterossexualismo: o ideal deveria ser a capacidade de amar uma mulher ou um homem; ou, um ser humano, sem sentir medos, restrições ou obrigações”
  8. “Cada um de nós é responsável por tudo e por todos os seres humanos”
  9. “No dia em que for possível à mulher o amor não em sua fraqueza, mas em sua força, não para escapar de si mesma, mas para se encontrar, não para se abater, mas para se afirmar. Naquele dia o amor se voltará para ela, assim como para o homem, a fonte de vida e não de perigo mortal. Enquanto isso, o amor representa em sua forma mais tocante a maldição que confina a mulher em seu universo feminino, mulher mutilada, insuficiente em si mesma”
  10. “Conhecimento próprio não é garantia de felicidade, mas isso está ao lado da felicidade e pode fornecer a coragem para lutar por ela”

Por Vinícius Mendes