7 coisas que você precisa saber sobre o zika vírus

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) anunciou nesta sexta-feira ter detectado a presença do zika vírus ativo, com potencial de provocar infecção, em amostras de saliva e de urina e recomendou uma série de medidas cautelares para grávidas.

De acordo com a Fiocruz, a inédita constatação não indicou ainda como ocorre a transmissão por meio desses fluidos, tampouco se o vírus encontrado nessas condições consegue ultrapassar a placenta e chegar aos fetos.

A grande preocupação é que o aumento de casos de microcefalia em bebês possa estar associado à zika, com potencial de causar malformação no cérebro de bebês e doenças cognitivas.

Mesmo não comprovada a transmissão por fluidos, as recomendações da Fiocruz são as mesmas de outras doenças transmissíveis pela saliva e devem ser seguidas à risca, principalmente por mulheres grávidas.

O zika vírus é transmitido por um mosquito já bem conhecido dos brasileiros, o Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e febre chikungunya.

Confira abaixo sete coisas que você precisa saber sobre o zika vírus:

Origem

O zika vírus foi identificado pela primeira vez na África, na década de 1940 e, desde então, ficou restrito a pequenas aldeias. Chegou a circular fora do continente africano, porém, nunca de forma intensa.

A partir do ano passado, depois da Copa do Mundo, começaram a surgir relatos de que o vírus teria chegado ao Brasil. Em maio de 2015 o Ministério da Saúde registrou os primeiros casos, porém como a doença não tem notificação obrigatória e os laboratórios não têm estrutura para fazer testes em todos, os registros são menores do que o número real de infectados;

Sintomas

Segundo o Ministério da Saúde, 80% dos infectados pelo zika não apresentam sinais da doença. Enquanto isso, os outros 20% podem ter febre baixa, dores leves nas articulações, coceira no corpo, olhos vermelhos e quase sempre têm manchas vermelhas na pele. Os sintomas costumam durar de três a sete dias.

Segundo o Instituto Oswaldo Cruz, a infecção pelo zika pode ocasionar ainda complicações neurológicas que debilitam músculos, porém, são raros os casos. Surgiram boatos nas redes sociais de que crianças com menos de sete anos teriam mais chances de desenvolver estas complicações, porém, o Ministério da Saúde não diferencia as possibilidades por faixa etária, ou seja, pessoas de todas as idades têm as mesmas chances de apresentar sintomas mais graves, porém, são casos raros.

Diagnóstico

Ainda não existe ainda exame específico para dizer se uma pessoa teve zika. O teste de PCR (Biologia Molecular) só indica a presença do material genético do vírus, se for realizado durante o período em que a pessoa está doente.

Só através de um teste sorológico para zika é capaz de identificar se uma pessoa tem anticorpos específicos, mostrando assim se ela já teve ou não o vírus.

Também não existe vacina contra o zika e o desenvolvimento deste produto pode levar mais de dez anos. Até lá, a única forma de prevenir é evitando o mosquito, destruindo os criadouros, as larvas e usando repelentes;

Tratamento

Não existe tratamento específico para a doença. O recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona, para o controle da febre e manejo da dor. No caso de manchas vermelhas com coceira, os anti-histamínicos podem ser indicados. No entanto, é desaconselhável o uso de ácido acetilsalicílico e outras drogas anti-inflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas em infecções semelhantes.

Microcefalia

O zika vírus no início da gestação pode causar problemas cerebrais em recém-nascidos, mas os cientistas continuam pesquisando a relação da doença e microcefalia.

Síndrome de Guillain-Barré

O zika vírus, assim como outros agentes infecciosos, pode desencadear a Síndrome de Guillain-Barré. Trata-se de uma reação muito rara a agentes infecciosos, como vírus e bactérias, e tem como sintomas a fraqueza muscular e a paralisia dos músculos.

Assim como todas as possíveis consequências do zika, a ocorrência da Guillain-Barré relacionada ao vírus continua sendo investigada.

Cegueira

De acordo com pesquisadores brasileiros do Hospital dos Olhos de Pernambuco e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o zika vírus pode causar cegueira nos olhos de bebês.

Com informações do O Globo e da Agência Brasil