Algorítimo identifica perfis com sintomas de depressão
O Algoritmo da Vida já detectou quase 300 mil menções que potencialmente utilizam a linguagem da depressão
No Brasil, todos os dias 32 pessoas tiram a própria vida. Em 2018, foram 11 mil vidas. Segundo o Ministério da Saúde, os números também revelam que o suicídio aumentou 20% nos últimos cinco anos entre jovens de 15 a 19 anos.
Essa já é a quarta causa mais frequente de morte entre jovens no país.
Estudos de especialistas em saúde mental indicam que pessoas em depressão usam recorrentemente um determinado grupo de palavras, como uma espécie de ‘linguagem da depressão’ para indicar, mesmo em estágios iniciais, a ocorrência da doença. Naturalmente, esses sinais também se fazem presentes no comportamento das pessoas nas redes sociais.
Baseado nesses dados foi criado o Algoritmo da Vida, projeto assinado pela Rolling Stone Brasil.
O sistema funciona da seguinte maneira: foi desenvolvido um algoritmo capaz de identificar uma enorme variedade de palavras, expressões e frases que podem indicar sintomas de depressão nas postagens públicas dos usuários no Twitter.
Após essa primeira fase de identificação da sequência de palavras e expressões, é realizada uma checagem cuidadosa por uma equipe treinada, para considerar contexto, ironias e recorrência de termos e periodicidade.
Quando a ferramenta confirma o potencial de usuário filtrado pelo algoritmo, um perfil é criado especificamente para a ação – e administrado por um time capacitado– entra em contato por meio de mensagem privada e indica o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV), referência nacional no atendimento a pessoas com depressão.
O Algoritmo da Vida está em operação desde fevereiro e detectou quase 300 mil menções que potencialmente utilizam a linguagem da depressão.
O perfil já entrou em contato com esses usuários e indicou a melhor maneira de ajudá-los a encontrarem apoio profissional. Um deles, referência sobre o tema, é o CVV (ligue 188).