Alimentos processados podem gerar mais renda no Pantanal
A produção de alimentos processados de pescado, como nuggets, patês e hambúrgueres de peixe, pode ser uma oportunidade para incrementar a atividade da pesca na região do Pantanal. Essa é a expectativa do projeto da unidade de pesquisa pantaneira da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em parceria com o Centro de Pesquisa do Pantanal, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). O objetivo é desenvolver esses alimentos processados a partir do pescado pantaneiro.
Segundo o chefe-geral e pesquisador da Embrapa Pantanal, Jorge Lara, “tendo um produto, temos uma oportunidade de organizar a cadeia –particularmente, se o produto tiver demanda”. E ele lembra que no período de defeso, quando a pesca é suspensa por cerca de três, quatro meses em função da própria proteção do ambiente e os pescadores ficam sem fonte de renda. “Se tivermos um produto que possa mantê-los atuando nessa época, iremos contribuir com a organização desses trabalhadores” diz o pesquisador.
Ele explica que esses alimentos processados são produzidos em uma escala conhecida como semi-industrial. O objetivo, então é, segundo Lara, “formar diversas unidades processadoras para que pequenos grupos de pescadores ou cooperativas consigam produzir em quantidade razoável e possam, dessa forma, obter renda em épocas como o período de defeso”. Ele acrescenta que desse modo, é possível também “beneficiar outros atores da cadeia como os familiares dos pescadores, pequenos comerciantes e empresários dispostos a investir no negócio”.
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O pesquisador avalia que a produção de alimentos processados permite ainda que o próprio consumidor passe a ter opções de consumo de proteína de qualidade, com alto valor biológico, “principalmente nessa região turística das cidades de Coxim, Corumbá, Cuiabá, Santo Antônio de Leverger. E, segundo ele, pode ser o ponto de partida para que, a cadeia produtiva melhor organizada, faça surgir novas cooperativas que invistam na atividade.
Para Jorge Lara, para quem quer começar nessa atividade é fundamental estudar e compreender o mercado com o qual se pretende trabalhar. “Se você for vender, por exemplo, para consumidores locais, a tendência é que eles busquem espécies tradicionais, como o pintado e o pacu. Se for vender para turistas, a tendência é que esses consumidores procurem a maior diversidade de espécies possível”.
Ele observa ainda que a produção dos alimentos processados de pescado pantaneiro tem potencial para ser absorvida pela merenda escolar das instituições públicas de ensino. “Ter diversidade abre espaço para novos mercados”, avalia.
Com informações da Agência Brasil e da Embrapa Pantanal