Alunos desenvolvem bonecos de si mesmos e fortalecem autoestima
A professora Monaliza Furtado afirma que se esforça para propor temas e projetos que promovam reflexão crítica sobre a realidade. Em 2017, ela lecionava na Escola Municipal de Ensino Fundamental Esperança, em Montenegro (RS), quando estimulou a representatividade e o fortalecimento da criança negra, pedindo que os alunos do quarto ano do ensino fundamental fizessem bonecos de si mesmos.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
De acordo com um relato da própria professora no site Porvir, o trabalho foi iniciado com um estudo sobre a letra da música “Bonecas Pretas”, de Larissa Luz. Depois, foi pedido que os alunos levassem para a escola suas bonecas e seus bonecos e, juntos, fizeram uma análise das características físicas de cada um. “Nos perguntamos se os mesmos se pareciam conosco, e se nos sentíamos representados por aqueles bonecos e bonecas”, relembra a docente.
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Uma entrevista foi feita em toda a escola sobre as características físicas de cada aluno e também sobre o que era considerado “bonito”. “Perguntamos sobre tipo de cabelo, cor da pele, forma do corpo e cor dos olhos, entre outras questões”, conta a professora, que tabulou e produziu gráficos com os resultados. “Confirmamos nossa hipótese de que, por exemplo, muitos achavam cabelos lisos e olhos claros mais bonitos, apesar da maioria dos alunos da nossa escola não terem essas características.”
A atividade demonstrou, ainda, uma baixa autoestima em boa parte dos alunos –que se constrangiam em escrever sobre si mesmos ou se olhar no espelho.
Em uma etapa seguinte, todos procuraram em lojas próximas bonecos que fossem parecidos com os alunos. Veja:
A partir daí, construíram bonecos e bonecas que fossem mais parecidos com os estudantes, em uma ação conjunta com as famílias.
O projeto da professora trabalhou também a língua portuguesa. Houve, ainda, a visita de mulheres negras na escola para falar sobre cabelo, racismo e empoderamento.
“As crianças negras, principalmente, melhoraram significativamente o olhar sobre si mesmas, fator esse que me enche de alegria”, orgulha-se a professora.
Leia a reportagem completa no Porvir