Biossensor descartável poderá diagnosticar câncer de pâncreas

O uso de substâncias naturais e de baixo custo poderá, no futuro, auxiliar no diagnóstico do câncer de pâncreas nos estágios iniciais. Pesquisadores do IFSC (Instituto de Física de São Carlos) da USP construíram um protótipo de biossensor para detectar a doença utilizando polissacarídeos (carboidratos) da casca de camarão, proteínas da semente do feijão-de-porco e uma camada ativa de anticorpos.

Produção, no futuro, de biossensor pode facilitar diagnóstico do câncer de pâncreas
Produção, no futuro, de biossensor pode facilitar diagnóstico do câncer de pâncreas

O biossensor é um sensor que usa um elemento biológico de reconhecimento, como uma enzima, um anticorpo, para medir de modo seletivo determinadas substâncias. O dispositivo eletrônico criado no IFSC é composto por algumas camadas de filmes nanométricos –películas incrivelmente finas– que contêm quitosana (substância retirada da casca de camarão), a Concanavalina A (proteína que pode ser extraída das sementes de feijão-de-porco), e uma camada ativa de anticorpos capaz de reconhecer o antígeno CA19-9 em pequenas quantidades de amostras.

O CA19-9 é uma proteína presente nos organismos humanos, mas sua concentração se torna elevada quando um indivíduo é acometido pelo câncer de pâncreas.

A pesquisa identificou os mecanismos de detecção do câncer de pâncreas por meio da espectroscopia no infravermelho (medição do comprimento de onda e intensidade da absorção de luz infravermelha de uma amostra) que permite analisar apenas a superfície do biossensor. Assim, foi possível determinar os grupos químicos dos anticorpos e antígenos que interagem e comprovar que a detecção se deve à adsorção das moléculas de antígeno sobre o biossensor.

O estudo foi desenvolvido pelo Grupo de Polímeros Prof. Bernhard Gross, do IFSC, em colaboração com o Hospital de Câncer de Barretos.

Via Agência USP de Notícias