Doença de Alzheimer reduz sensibilidade gustativa

15/02/2016 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:54

Vários estudos mostram que, com o passar dos anos, as pessoas têm a sensibilidade gustativa em relação ao sal diminuída. Mas o que preocupa os médicos é o fato dessa redução da capacidade de sentir os sabores se acentuar em presença de doenças como o Alzheimer.

Para entender a relação da sensibilidade gustativa com a doença de Alzheimer, a nutricionista e pesquisadora Patrícia Contri, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, estudou cerca de 130 pessoas. Ela comparou diversos parâmetros, como idade, saúde, hábito alimentar, índice de massa corporal (IMC) e sensibilidade gustativa, de 30 adultos entre 30 e 50 anos; 30 idosos sem Alzheimer; 23 em estágio moderado da doença e 37 em estágio leve.

Pessoas com a doença de Alzheimer tiveram a percepção do gosto salgado prejudicada
Pessoas com a doença de Alzheimer tiveram a percepção do gosto salgado prejudicada

Os resultados mostraram que a doença de Alzheimer está diretamente associada com o prejuízo da sensibilidade gustativa. A percepção do gosto salgado ficou prejudicada desde o estágio inicial da doença. E, com avanço, verificou-se que essas pessoas também sentem menos os gostos doce e amargo.

O paladar pelos sabores básicos –doce, salgado, ácido, amargo– foi observado pela pontuação dada pelos participantes do estudo. Cada um deles recebeu tiras com quatro concentrações diferentes de cada sabor e duas, sem gosto.

A nutricionista adianta que, com a idade, a função de identificar os gostos pode ficar prejudicada. Mas esse problema nas pessoas com Alzheimer se agrava com o avanço da doença. E o fato preocupa, pois a dificuldade na identificação dos gostos pode acentuar danos nutricionais nos idosos e agravar indiretamente a saúde.

Dados da ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer) mostram que cerca de 1,2 milhão de brasileiros e de 35,6 milhões ao redor do mundo possuem a doença. 

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que cresce mundialmente conforme a população acima dos 65 anos de idade aumenta. Estima-se que o crescimento da incidência da doença dobre a cada 20 anos.

Via Agência USP