Nova plataforma de educação digital ajuda a detectar ‘fake news’
Foi lançada neste ano uma plataforma de educação personalizada que aborda educação digital —notícias falsas (as chamadas “fake news”) e pós-verdade são alguns dos temas abordados. A Geekie One visa à capacitação tanto de alunos como de professores.
Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, 76% dos jovens brasileiros acreditam saber mais do que os pais sobre internet e 71% afirmam conhecer muito sobre como usar a rede. Mas, na primeira aula de educação digital, os alunos de um colégio paulistano não souberam identificar a maior parte das notícias falsas apresentadas pelo professor na dinâmica.
Essa é parte do conteúdo da iniciativa educacional cuja finalidade é auxiliar estudantes do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio a lidar com os riscos, as oportunidades e os desafios da internet. Argumentação, empatia, pensamento crítico e autorreflexão integram a disciplina. Cerca de 15 escolas particulares de São Paulo já incluíram a educação digital no currículo.
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Para Claudio Sassaki, mestre em educação pela Universidade de Stanford e cofundador da Geekie –responsável pela nova plataforma–, capacitar o aluno para reconhecer quando se está diante de uma notícia falsa é muito importante. Mais significativo ainda, no entanto, é ter senso crítico diante de qualquer informação disponível e saber o que compartilhar e como agir.
Sassaki acredita que “o aluno tem que ser preparado para ver e compreender a relevância desse conhecimento” e “ como a reputação on-line pode influenciar a busca de um emprego ou vaga acadêmica”. “Esse aprendizado envolve disponibilizar insumos para o alcance da cidadania, ou seja, uma aprendizagem significativa e que é muito relevante para o cotidiano desse estudante”, diz.
A aprendizagem leva para a sala de aula casos reais e próximos da vida de cada estudante. Há espaço para discussões. “O aluno exercita, na sala de aula, a empatia, diálogo, desenvolvimento do pensamento crítico, cooperação e capacidade de resolução de problemas”, explica Sassaki.
Outros assuntos abordados são tecnologia e bem-estar (possíveis interferências da tecnologia na saúde física e psicológica e desenvolvimento de hábitos mais saudáveis de uso da tecnologia), segurança e privacidade, cidadania digital, comunicação digital e relacionamentos, legislação específica e cultura digital.
A metodologia é inspirada no Project Zero, codirigido pelo professor Howard Gardner, da Universidade de Harvard.