Engenheiro abre negócio para transformar área de SP onde cresceu

Ato de engenheiro é considerado exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação

25/04/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:21

Nós já falamos aqui no Quem Inova sobre o Moradigna, uma iniciativa que promove melhorias em casas da periferia de São Paulo e ajuda quem realmente precisa morar de uma maneira mais digna. Hoje nós vamos conhecer o engenheiro Matheus Cardoso, morador do Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo, e fundador do Moradigna. Sua trajetória é inspiradora.

Engenheiro abre negócio para transformar região da periferia de São Paulo onde cresceu
Engenheiro abre negócio para transformar região da periferia de São Paulo onde cresceu

Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.

Cardoso, de 22 anos, é especialista em negócios sociais e mestrando em políticas públicas voltadas para a área de habitação. De acordo com informações do site do jornal “El País”, em época de chuvas, ele costumava ir à escola de chinelo e carregando em sua mochila um par de tênis. Isso porque sua casa alagava com frequência. Quando chegava a um local seco, limpava os pés, calçava os tênis e partia para o estudo, já com foco na formação em engenharia. Seu sonho era transformar aquela realidade e ajudar sua mãe.

Ela já começava a idealizar o que hoje seria o Moradigna, uma empresa que reforma a um preço acessível as casas dos moradores do Jardim Pantanal e do Parque Paulistano, um bairro vizinho de onde o negócio está sediado.

Iniciativa criada por Matheus Cardoso promove reformas em casas de região de São Paulo
Iniciativa criada por Matheus Cardoso promove reformas em casas de região de São Paulo

O intuito é “retirar as famílias das condições de insalubridade de suas residências”, muitas delas com umidade nas paredes e falta de iluminação e de ventilação. “Retiramos o mofo, colocamos uma janela, instalamos uma porta, fazemos pintura, reboco, revestimento…”, explica Cardoso. As equipes de mão de obra, contratadas e pagas por demanda, vivem no próprio bairro.

E o fundador do Moradigna também põe a mão na massa. Acostumado desde criança a ajudar seus vizinhos que passavam por dificuldades durante as enchentes, o engenheiro frequentou uma escola pública que era considerada “uma das piores da zona leste”. Incentivado pela mãe, porém, não desistiu dos estudos.

O rapaz fez o ensino médio em uma escola técnica, ganhou uma bolsa em um cursinho e tirou uma nota alta no Enem, o suficiente para ser aprovado em engenharia civil na universidade privada Mackenzie, considerada uma das melhores da cidade, e conseguir uma bolsa de estudos do ProUni.

Agora à frente da Moradigna, ele acredita que na periferia sempre existiu empreendedorismo. “Ele, inclusive, foi criado na periferia, por uma questão de necessidade das pessoas”, opina. “O que falta é a profissionalização, é trazer conhecimento, inclusive de ‘business’, para transformar qualquer negócio que surja aqui em algo escalável para todas as periferias que precisam”, conclui.

Leia a reportagem completa no El País