Engenheiro abre negócio para transformar área de SP onde cresceu
Ato de engenheiro é considerado exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
Nós já falamos aqui no Quem Inova sobre o Moradigna, uma iniciativa que promove melhorias em casas da periferia de São Paulo e ajuda quem realmente precisa morar de uma maneira mais digna. Hoje nós vamos conhecer o engenheiro Matheus Cardoso, morador do Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo, e fundador do Moradigna. Sua trajetória é inspiradora.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
Cardoso, de 22 anos, é especialista em negócios sociais e mestrando em políticas públicas voltadas para a área de habitação. De acordo com informações do site do jornal “El País”, em época de chuvas, ele costumava ir à escola de chinelo e carregando em sua mochila um par de tênis. Isso porque sua casa alagava com frequência. Quando chegava a um local seco, limpava os pés, calçava os tênis e partia para o estudo, já com foco na formação em engenharia. Seu sonho era transformar aquela realidade e ajudar sua mãe.
- Como escolher o melhor look para viajar de avião em 5 passos
- SP 470: 47 curiosidades sobre São Paulo que talvez você não sabia
- Mais 300 vagas para profissionais de TI, vendas, logística, administração e outras áreas
- ONG usa redes sociais para levar aulas a alunos de comunidades carentes
Ela já começava a idealizar o que hoje seria o Moradigna, uma empresa que reforma a um preço acessível as casas dos moradores do Jardim Pantanal e do Parque Paulistano, um bairro vizinho de onde o negócio está sediado.
O intuito é “retirar as famílias das condições de insalubridade de suas residências”, muitas delas com umidade nas paredes e falta de iluminação e de ventilação. “Retiramos o mofo, colocamos uma janela, instalamos uma porta, fazemos pintura, reboco, revestimento…”, explica Cardoso. As equipes de mão de obra, contratadas e pagas por demanda, vivem no próprio bairro.
E o fundador do Moradigna também põe a mão na massa. Acostumado desde criança a ajudar seus vizinhos que passavam por dificuldades durante as enchentes, o engenheiro frequentou uma escola pública que era considerada “uma das piores da zona leste”. Incentivado pela mãe, porém, não desistiu dos estudos.
O rapaz fez o ensino médio em uma escola técnica, ganhou uma bolsa em um cursinho e tirou uma nota alta no Enem, o suficiente para ser aprovado em engenharia civil na universidade privada Mackenzie, considerada uma das melhores da cidade, e conseguir uma bolsa de estudos do ProUni.
Agora à frente da Moradigna, ele acredita que na periferia sempre existiu empreendedorismo. “Ele, inclusive, foi criado na periferia, por uma questão de necessidade das pessoas”, opina. “O que falta é a profissionalização, é trazer conhecimento, inclusive de ‘business’, para transformar qualquer negócio que surja aqui em algo escalável para todas as periferias que precisam”, conclui.
Leia a reportagem completa no El País