Equipamento faz cegos perceberem obstáculos por meio dos sons

29/02/2016 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:54

O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo, em São Carlos, está desenvolvendo um equipamento que possibilitará a pessoas com deficiência visual enxergar obstáculos por meio do som. O aparelho detecta os objetos ao redor da pessoa e produz sons, ouvidos via um fone de ouvido, que dão ao usuário a sensação de estarem saindo dos objetos.

Os testes do aparelho com deficientes visuais começarão a ser realizados ainda no primeiro semestre
Os testes do aparelho com deficientes visuais começarão a ser realizados ainda no primeiro semestre

O sistema, batizado de SoundSee, funciona em um dispositivo portátil, menor do que um aparelho de celular, que pode ser carregado no bolso. O equipamento usa um mecanismo de ecolocalização, o mesmo do qual se utilizam alguns animais, como os morcegos, que emitem sons e escutam o eco produzido pelos obstáculos para se guiarem. Com o auxílio de um software, que calcula a posição dos obstáculos, o aparelho gera sons tridimensionais que auxiliam o usuário a detectar a presença dos obstáculos.

O usuário, o deficiente visual, no caso, tem a sensação, por meio dos sons, como se visse um obstáculo à direita dele, uma porta à frente. Com o passar do tempo, com um pouco de treino, o usuário começa a enxergar ou sentir o ambiente, sem que o aparelho precise buzinar, ou falar obstáculo à direita, à esquerda. São as sensações espaciais do som”, diz Francisco José Mônaco, professor do ICMC.

De acordo com Francisco, para aprimorar o sistema, estão sendo realizados estudos sobre o funcionamento da orientação espacial psicoacústica, que é a capacidade do ser humano perceber a direção de onde determinado som provem.

O sistema começou a ser construído em 2014, e está hoje na sua terceira versão de hardware. Os testes do aparelho com deficientes visuais começarão a ser realizados ainda no primeiro semestre. Até o final do ano, os pesquisadores esperam já ter um produto praticamente pronto para ser fabricado em larga escala.

Com informações da Agência Brasil