Estudantes mapeiam áreas destruídas por terremoto no Nepal

Estudantes da USP de São Carlos fazem parte de grupo de mais de 4.000 voluntários em todo o mundo que estão mapeando o Nepal para facilitar o trabalho das forças humanitárias após o terremoto que destruiu o país e matou mais de 8.000 pessoas.

Foto: Laxmi Prasad Ngakhusi / PNUD

Uma parceria do ICMC (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação) com a Universidade de Heidelberg, na Alemanha, ajuda a identificar ruas, prédios, pontes e estradas por meio de imagens de satélites.

Essa aliança deu origem ao Agora (Geospatial Open Collaborative Architecture for Building Resilience Against Disasters and Extrem Events), que atua na gestão de sistemas de informação colaborativos aplicados em desastres. No Brasil, o Agora se dedica ao estudo de enchentes. No Nepal, o trabalho começou há dois anos, devido ao grande risco de abalos sísmicos.

Com o software livre OpenStreetMap, uma plataforma de mapas colaborativos, eles conseguem mapear áreas em situação de risco e acrescentar elementos, como prédios, que estavam naquelas regiões antes do desastre.

“Isso ajuda a fazer a coordenação logística das operações de resgate e assistência às pessoas”, explica o professor João Porto de Albuquerque, coordenador da iniciativa no ICMC.

Também está sendo utilizado no Nepal um sistema que ajuda a traçar rotas alternativas a partir de dados sobre ruas bloqueadas por escombros ou rachadas após o sismo e até informações sobre pontos importantes na área, como hospitais e escolas.

Foto: Laxmi Prasad Ngakhusi / PNUD

A ferramenta tem servido de apoio a grupos ligados às Nações Unidas que atuam no Nepal e que estão em contato com os pesquisadores para acessar esses dados e otimizar a entrega de alimentos e medicamentos a comunidades distantes e isoladas.

O software monitora também as redes sociais: é possível fazer a geolocalização de imagens de destruição postadas por qualquer usuário.

O grupo de cerca de 50 pesquisadores brasileiros que estão trabalhando no mapeamento do Nepal conta com estudantes de graduação e pós-graduação, que aprendem na prática como essa tecnologia pode ser aplicada em situações similares.

Segundo a Agência Fapesp, novos voluntários podem se juntar a eles. O grupo Agora criou um passo a passo neste link para quem quiser colaborar.

“No site criado pelo HOT [Grupo Humanitário do OpenStreetMap] para disponibilização de informações sobre a atividade de mapeamento colaborativo, há uma lista de tarefas a serem desempenhadas pelos voluntários. Algumas delas são voltadas a mapeadores experientes – dessa forma, novos voluntários devem escolher aquelas que não possuam restrições quanto a isso”, ressalta o professor Porto.

Por QSocial