Finep tem linha de crédito para empresas que investem em pesquisa
A Finep, empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação, lançou no último dia 19 uma linha de crédito para oferecer melhores condições de apoio a empresas que investirem em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em parceria com institutos de ciência e tecnologia ou universidades. Denominado Finep Conecta, o novo mecanismo prevê taxas de juros menores com prazos e carências mais longos.
O Finep Conecta terá disponível R$ 500 milhões para financiar projetos que se enquadrem nos requisitos. Dependendo do grau de inovação da proposta, a Finep vai financiar até 100% do projeto, que deve ter valor mínimo de R$ 5 milhões. O prazo de retorno do empréstimo chega a 16 anos. Qualquer tipo de Projeto Estratégico de Inovação (PEI) apresentado pela empresa será analisado, segundo Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil.
Vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a Finep financia tanto empresas na área de P&D quanto universidades. Os recursos disponíveis são da própria Finep. Caso seja necessário, o orçamento poderá ser ampliado.
“No mundo inteiro, a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e a geração de inovação são feitos dentro da empresa. Os maiores empregadores de P&D na área científica são as próprias empresas. Na Coreia, 80% dos pesquisadores estão nas empresas. No Brasil é o inverso, são só 20%. Os outros 80% estão nas universidades ou nos laboratórios públicos”, disse o presidente do Finep, Marcos Cintra, durante o lançamento do projeto na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“Estamos oferecendo recurso de longo prazo, barato, acessível às empresas para elas desenvolverem seus projetos de inovação desde que tragam o meio acadêmico para o desenvolvimento”, destacou Cintra.
De acordo com o presidente da Finep, na maioria das vezes, as empresas não geram ideias inovadoras porque os pesquisadores não são contratados. Ao mesmo tempo, os pesquisadores se dedicam mais às suas teses e estudos e não a trabalhar em projetos que interessem ao setor produtivo. “Esse programa faz com que a empresa diga ao pesquisador o que ela precisa e pague ao pesquisador para desenvolver o produto. Parte dos recursos que a Finep dá para a empresa é transferida para os institutos sob encomenda para desenvolver o que a empresa precisa.”
Cintra informou que diversas empresas que já tinham conhecimento da nova linha de crédito mostraram interesse em financiamento para projetos de grande porte. “Em diversas áreas, manufatura, produtos de varejo, entre outras. Acredito que empresas menores comecem a se interessar a partir da divulgação do programa”, disse.
Com informações da Agência Brasil