Fita anestésica pode ser solução contra medo de dentista

21/03/2017 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:07

Um produto desenvolvido em laboratórios da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto promete aliviar a aflição da picada de agulha para anestesia bucal. A invenção é uma fita adesiva que vai liberando substância anestésica enquanto fica grudada na gengiva.

Fita adesiva anestésica é eficiente para uso odontológico
Fita adesiva anestésica é eficiente para uso odontológico

O filme mucoadesivo anestésico é um tipo de esparadrapo biocompatível e biodegradável feito com polímero de baixo custo, a hidroxipropilmetilcelulose (HPMC). A substância é um derivado de celulose vegetal bastante usado nas áreas farmacêutica, cosmética e alimentícia.

Renê Oliveira do Couto, farmacêutico e integrante do grupo de pesquisadores, diz que uma das dificuldades do projeto foi a adesão eficiente à gengiva, região da boca com superfície de área pequena e muito irregular, onde geralmente é administrada a anestesia nos consultórios dentários.

Filme mucoadesivo consegue reduzir tanto a dor superficial quanto a profunda

A equipe explica que o uso de gel, pomada ou creme para anestesia local não é eficaz. Essas substâncias são “lavadas” pela saliva e têm sabor desagradável. Já os filmes “são produzidos com espessura ideal e dimensão, flexibilidade e resistência mecânica adequadas para a administração na mucosa”, explica o pesquisador.

Segundo ele, ainda faltam mais estudos para confirmá-los como substitutos das injeções de anestesia, especialmente em procedimentos mais invasivos e complexos. O produto, porém, já pode ser efetivo em microcirurgias, extração de dentes de leite em crianças e raspagem e curetagem dental em adultos.

Os testes mostram que os filmes reduzem a sensação de dor, tanto a superficial quanto a profunda. A ação começa após cinco minutos de adesão à mucosa, atinge efeito máximo entre 15 e 25 minutos e dura por 50 minutos, que é o tempo médio de um procedimento cirúrgico odontológico, de acordo com o estudo.

Com informações do Jornal da USP