Jovem vai de morador de rua a estudante de Harvard
O ex-morador de rua Hunter Mollett não teve uma vida fácil. A não muito tempo atrás, o jovem estava vivendo em um trailer sem energia ou água e com apenas uma grade para cozinhar –mas sem comida. Ele passava suas noites em um banco de parque no clima quente e úmido, com mosquitos lhe perturbando sempre que tentava dormir.
“O tempo máximo que me lembro sem ter comida foi de quatro dias”, recorda-se Mollett. “Meus pais conseguiram um saco de ervilhas congeladas que alguém havia descartado. Nós cozinhamos, misturamos com farinha de milho e água e fritamos. Foi a melhor refeição que comi em minha vida. Nunca mais quero ficar sem comida.”
As coisas estão melhores agora, desde que o chefe da Enterprise High School informou que ele foi aceito em uma das mais prestigiadas universidades do mundo –a Universidade de Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos.
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Ele planeja estudar engenharia biomédica e perseguir seu sonho de ser um cirurgião cardiotorácico. “Ir para Harvard sempre foi um dos meus sonhos”, conta o rapaz.
Olhando para trás
Depois de ter sido abandonado por seus pais no ensino médio, Mollett viveu como um nômade, mudando-se constantemente, de acordo com Jacqueline Lewis, sua ex-professora. Ela se lembra dele desgrenhado e atingido pela pobreza.
No primeiro dia de aula em sua classe, ele contou que estava indo para Harvard. “Lembro-me de sorrir e dizer-lhe que eu estava orgulhosa por suas metas elevadas”, recorda-se Lewis.
Hunter foi aceito em Harvard com uma bolsa de estudos quase integral. Junto com Lewis, a professora de inglês Sharon Prater é uma das pessoas fundamentais para o sucesso do rapaz.
“Hunter é uma exceção à regra. Eu não sei o que mais o Senhor poderia ter posto no caminho para que Hunter não conseguisse o que queria”, disse Prater. “Sim, ele teve ajuda, mas é o marcador do próprio sucesso. Ele é o que nos motiva a ser melhores.”
“Hunter nunca usou sua situação como uma muleta –ele aborda todos os problemas rindo porque, se deixasse de rir, choraria, e ele não cederia a esse desespero”, diz a orientadora Kathy Dedwylder.
Antes de Mollett partir para Harvard, ele fez uma viagem a Chicago com o Mississippi Lions Allstate Band como um dos 24 trompetistas selecionados. “Ele bateu mais de uma centena dos melhores trompetistas do Mississippi”, afirma o diretor da banda EHS, Mark Edwards.
Olhando para frente
O jovem visitou Harvard em março deste ano para a orientação do primeiro ano. Sem meios para fazer a viagem, recebeu verba de sua escola. Ele descreve sua primeira experiência no campus como choque cultural.
“Fiquei desapontado porque, quando cheguei lá, estava chovendo e tudo parecia cinza e deprimente”, relembra Mollett. “Então, comecei a caminhar e notei essa bela praça com todos esses belos edifícios ao redor… Foi quando olhei para cima e vi uma bandeira que dizia ‘Harvard’. Tudo ficou tão bonito como os edifícios de estilo antigo. Foi simplesmente incrível.”
Mollett diz que quer ter uma grande família. “Não quero mimar meus filhos, mas quero garantir que tenham o que precisam.” Por enquanto, ele planeja partir para Harvard em agosto, ansioso por estar em um lugar que possa chamar de casa.
Com informações do “The Meridian Star”