Leitura voluntária estimula estudantes de escolas públicas em SP
Com a ajuda de voluntários, jovens desenvolvem atividades em encontro semanais
Uma ação tem incentivado a leitura entre estudantes de escolas públicas em São Paulo. Com a ajuda de voluntários do Programa Myra, os jovens desenvolvem atividades em encontro semanais.
A professora de português Carmen Silvia Machado dos Santos Bueno, da Escola Estadual Alfredo Paulino, na zona oeste da capital paulista, conta que os alunos ficaram mais seguros e começaram a participar mais de atividades coletivas. Pelo segundo ano, a escola fará parte do programa.
“Eram alunos que tinham um acúmulo de defasagem, principalmente relacionadas à habilidade de leitura e interpretação de texto. Por isso, eles também tinham baixa autoestima, então o comportamento era como se eles estivessem à margem do grupo”, conta.
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A Fundação SM, que promove o programa pelo terceiro ano na escola, seleciona alunos com dificuldade na leitura.
Após esse processo, há conversas para o envolvimento da família e do jovem com o objetivo de motivar essa participação no programa. Nenhum estudante é obrigado a participar. Carmen relatou que dificilmente aqueles alunos selecionados se engajavam em algum projeto e que eles não tinham segurança para opinar durante as aulas.
“Com a participação no Programa Myra, a autoestima deles foi sendo fortalecida e eles começaram a ter uma participação mais efetiva no grupo, então eu fui vendo alunos que já levantavam a mão para ler respostas, que davam opiniões de uma maneira mais convicta, que pediam para ler pequenos trechos de texto. Isso ajudou no sentido de resgatar a autoestima. E junto com esse resgate da autoestima veio a confiança e, da confiança, veio a melhora da proficiência”, avalia a professora.
Neste ano, fazem parte do programa a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Coronel Ary Gomes (Jardim Andaraí); EMEF Cacilda Becker (Jabaquara); EMEF Desembargador Amorim Lima (Vila Gomes); e EE Alfredo Paulino (Alto da Lapa).
Modelo replicável
A diretora da Fundação SM, que promove o programa, Pilar Lacerda, diz que qualquer um pode ter acesso à tecnologia social do projeto e replicar em outras escolas, inclusive de outras regiões do país. “A gente cede o material, faz a formação dos voluntários e essas pessoas tocam. Essa é a forma de chegar a mais escolas. A ideia é que o programa ganhe escala com iniciativas locais”.
Além de desenvolver a capacidade dos estudantes e ajudar na melhora do desempenho escolar, Pilar destaca a importância de envolver a comunidade.
“Ao melhorar a capacidade leitora das crianças e dos adolescentes, a gente também tem um segundo ganho com o programa, que é envolver a comunidade, lembrando do slogan da educação integral: é preciso toda uma aldeia para educar uma criança”, disse.
Via Agência Brasil