Mural conta história de um dos bairros mais antigos de SP

Quando as primeiras expedições colonizadoras portuguesas chegaram à Aldeia de Piratininga, por volta de 1532, o atual bairro de São Miguel Paulista, na zona leste da capital, foi um dos lugares escolhidos para ser a sede dos bandeirantes. Até hoje, parte da história permanece preservada  e, agora, será imortalizada com a criação do maior mural temático a céu aberto do mundo.

A partir deste mês, quem passar pela avenida Doutor José Artur da Nova poderá ver de perto 228 painéis temáticos, expostos em um quilômetro de extensão no muro da Companhia Nitro Química Brasileira. O trabalho foi realizado em tempo recorde de um mês e meio por mais de 30 profissionais, envolvendo ativistas culturais, 25 grafiteiros, educadores e historiadores.

Grafite mostra conflito entre Bandeirantes e indígenas

De acordo com o ativista cultural Valdemir Lima, o objetivo é homenagear o bairro, prestes a comemorar 394 anos. “Era uma boa oportunidade de contar, ainda, um pouco da história do Brasil e da cidade de São Paulo”, comenta Lima.

A idealizadora do Projeto GrafitArte é a ONG Message Soul, que conta com o apoio da Lei Rouanet de incentivo à cultura, patrocínio da Nitro Química, Votorantim Metais, Lions Clube, Rotary Clube, Maçonaria, Colônias Japonesa, Árabe e Portuguesa e da Agência Fiquem Sabendo de Comunicação.

Mural retrata a chegada dos migrantes nordestinos a o bairro de São Miguel Paulista, na zona leste de SP
Créditos: Roberto Setton
Mural retrata a chegada dos migrantes nordestinos a o bairro de São Miguel Paulista, na zona leste de SP

Os efeitos de luz e sombra surpreendem o público visitante e foram produzidos pelo grafiteiro Cristiano Ignoto. Portugueses, japoneses, árabes e migrantes nordestinos estão retratados de forma realista nas pinturas, que tem recebido a visita de estudantes e grupos de moradores da região.

O peso da história

Ilustração em homenagem à colônia portuguesa na região da zona leste de São Paulo

O retrato do conflito entre os colonizadores e os indígenas, frente à frente, são algumas das imagens impactantes. É possível encontrar entre os grafites algumas ilustrações da Capela de São Miguel, bem conservada no Centro do bairro e que já foi retratada por diversas vezes em selo postais; e até imagens do rio Tietê, antes da degradação com a poluição.

O futebol, Carnaval local e homenagens aos agentes que ainda formam o bairro também estão retratados no muro.

Mais informações: Facebook ou Instagram @projetografitarte.