Novos métodos ajudam alunos com deficiência aprender matemática

Os desafios do ensino de matemática para pessoas com deficiência é um dos temas que permeiam as pesquisas realizadas pela professora Edna Zuffi no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

Abordagem personalizada, sensibilização e mobilização da família são palavras-chaves nesse contexto, segundo a professora, que colabora em dois laboratórios no instituto.

De acordo com a legislação, são consideradas pessoas com deficiência aquelas que possuem um distúrbio de caráter permanente. Encaixam-se nessa definição as pessoas com Down e com deficiências físicas como cegueira, surdez, paralisia cerebral, paraplegia, entre outras.

Há, ainda, os alunos superdotados (com altas habilidades) e os portadores de Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), que afetam as habilidades de socialização, de comunicação e de interpretação do outro, como, por exemplo, os autistas, que demandam atenção especial.

Para aprimorar o ensino destinado a esse público-alvo, a professora do ICMC destaca que o primeiro passo é garantir o acesso à informação: “O professor deve conhecer o que a lei garante, o que o governo oferece e onde conseguir materiais, como recursos computacionais, softwares, materiais em braile, com cores diferenciadas, transcrições em áudio, etc.”

Desde 2012, os alunos do ICMC, do curso de Licenciatura em Matemática, podem se matricular em uma disciplina optativa focada em preparar o futuro professor para desenvolver o conteúdo escolar de matemática com os alunos com deficiência. A disciplina ‘Ensino de Matemática para Alunos com Necessidades Especiais’ busca ensinar algumas ferramentas específicas.

Ao cursar a disciplina, os futuros professores têm a oportunidade de examinar a literatura e legislação disponíveis sobre a temática da inclusão escolar e relacioná-la a questões específicas do ensino e aprendizagem de matemática nos níveis fundamental e médio.

A pesquisadora do ICMC relata que, muitas vezes, por não saber lidar com a pessoa com deficiência, o professor acaba não desenvolvendo a atividade pedagógica que deveria ser realizada e deixa esse aluno apenas cumprindo uma tarefa de forma não direcionada como, por exemplo, pintar ou desenhar sem um propósito.

Outro fator importante na hora de ensinar matemática às pessoas com deficiência é a participação da família. “A família deve acompanhar e participar do desenvolvimento da criança porque, isoladamente, o professor não consegue identificar a necessidade do estudante”, reforça a pesquisadora.

Via Agência USP