‘Peixinho’ ensina natação na Bahia a quem não pode pagar
Ação de nadadora é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
A baiana Sulamita Araújo, conhecida como professora Peixinho, dá aulas de natação a quem não pode pagar em pleno Porto da Barra, em Salvador. Há 17 anos, a nadadora de 52 anos ensina pessoas de todas as idades quase que diariamente nas águas da Baía de Todos os Santos.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
De acordo com reportagem da BBC Brasil, atualmente 105 alunos são atendidos –70 deles são isentos da mensalidade de R$ 250. As aulas acontecem de manhã, à tarde e à noite.
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“Aqui tem gay, casal homossexual, tem negro, tenho uma aluna com um problema de saúde que um clube não aceitaria”, explica Peixinho. “Aqui, botou a touca, são pessoas iguais. Médico, porteiro, professora, estudante, desembargadora ou desempregado, não tem diferença nenhuma.”
Pagantes ou não, todos os alunos ganham da professora um café da manhã na areia da praia, todos os dias. E, quando fazem aniversário, ganham bolo, cachorro-quente e salgados.
Peixinho também organiza viagens para provas de maratona aquática, e só paga quem tem condições financeiras. A nadadora ajuda os outros sempre que pode, com a renda dos alunos pagantes, de aulas na piscina de um condomínio, recreação em festas infantis e sessões de massagem watsu (técnica de relaxamento executada na água).
“Ela não descansa, não tem férias nem folga”, diz Priscila Jatobá, que acompanha Peixinho há 10 anos e hoje a ajuda na gestão da escola. “Desce pra praia no sol, na chuva, com trovoada, desce até com dor de dente. Só tem dois dias do ano que ela não dá aula: Natal e 1º de janeiro, que é o aniversário dela. Mesmo assim, não duvido que ela desça se aparecer um aluno.”
Leia a reportagem completa na BBC Brasil