Plantações transformarão os charmosos telhados de Paris
A prefeitura de Paris selecionou dezenas de projetos para um amplo programa de agricultura urbana que renovará não apenas os tão conhecidos telhados da cidade, como muros, espaços degradados e até estacionamentos abandonados.
O concurso Pariculteurs, expressão que reúne “Paris” e “agriculteur” (agricultor, em francês) recebeu mais de uma centena de propostas para reaproveitar locais espalhados por todos os distritos da capital francesa.
Foram escolhidos os mais inovadores, levando em conta o potencial de produção de alimentos, geração de empregos e valorização dos bairros. Os produtos serão vendidos localmente, para evitar emissões de poluentes pelos transportes. Nos lugares escolhidos, nascerão hortas, pomares e até colmeias para a produção de mel.
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Apenas o começo
Ao todo, 33 empresas já aderiram ao projeto. A rede Monoprix, do grupo francês Casino (que, no Brasil, controla o Grupo Pão de Açúcar), é uma das que participarão. A intenção é comercializar em suas lojas tomates, saladas e morangos cultivados nos telhados de três lojas. No último ano, outras duas unidades da rede já comercializaram, em caráter de teste, mel produzido em suas coberturas.
A secretária de Espaços Verdes, Pénélope Komitès, afirma que esse é apenas o começo de um novo modelo urbano, mais sustentável. “A prefeita planeja que, no fim do mandato, em 2020, tenhamos cerca de 100 hectares de telhados vegetais na cidade, com 30 hectares de agricultura urbana”, diz. “O concurso mostra que podemos superar algumas preocupações que as pessoas têm, como vazamentos ou danos na estrutura do imóvel. Não só é possível, como pode ser rentável.”
A prefeitura avalia que o potencial de produção é de até 500 toneladas de alimentos por ano, a maioria frutas e legumes. Um segundo concurso pretende selecionar, neste ano, uma nova rodada de empreendedores.
Propostas ambiciosas
Uma das iniciativas selecionadas nascerá em um antigo reservatório de água da prefeitura, desativado nos anos 1970. Serão instaladas estufas de aquaponia, uma técnica em desenvolvimento na Europa que alia produção cíclica de peixes, hortaliças e legumes.
Também audaciosa, outra proposta visa a instalar uma microfazenda subterrânea em um antigo estacionamento de 3.000 metros quadrados, que antes eram ocupados por centenas de carros. A iluminação artificial vai garantir a produção de hortaliças. Os funcionários que trabalharão no local serão, preferencialmente, moradores do próprio imóvel, um prédio com habitações sociais.
Com informações da RFI