Professor cria colchão especial para portadores de fibromialgia
A fibromialgia é a maior causa de dor crônica no Brasil
A fibromialgia é a maior causa de dor crônica no Brasil. Atualmente, 10% da população adulta brasileira convive com a doença, considerada crônica, com predominância em mulheres entre 35 e 44 anos.
Às vezes, a dor é tão intensa que atrapalha a qualidade do sono, fazendo com que o portador da fibromialgia acorde cansado, mesmo que tenha dormido por um longo período. E isso só aumenta a fadiga, a contração muscular e, consequentemente, a dor.
E foi pensando em todo esse cenário que o professor Jorge Alves Junior, coordenador da Clínica de Fisioterapia da Anhanguera de Taubaté, desenvolveu um projeto inovador que pode ser a esperança para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de fibromialgia e, também, de dor lombar inespecífica.
A partir de estudos científicos para identificar as necessidades destes públicos, o professor desenvolveu um colchão que conta com um dispositivo para reduzir a dor.
“Quando vamos comprar um colchão, o denominador que o INER (Instituto Nacional do Repouso) considera ideal para a densidade de espuma é sempre o peso e a altura da pessoa. Porém, analisando que o quadril é menor e mais pesado que os ombros, entendi que, quando nos deitamos, a gravidade empurra o quadril mais para baixo ocasionando um desnível entre os membros”, explica o professor.
Para que o colchão seja ideal para cada pessoa, é preciso uma personalização, ou seja, tirar as medidas do paciente e colocar a densidade aferida pelo INER no quadril e reduzir a do ombro. Abaixo delas é colocada uma outra placa de espuma de estabilização e, acima, outra irregular, que pode ajudar com pontos de pressão na microcirculação periférica.
“As pessoas sempre vão em busca de um colchão confortável e nunca pensam na saúde. A ideia é unir conforto e clínica, diminuindo uma cultura de vícios posturais pelo menos durante o sono”, diz o professor.
Testes finais
Em fase de testes finais, a pesquisa já foi aprovada na plataforma Brasil, que rege as regras sobre estudos científicos e proteção dos participantes no território brasileiro. Os estudos estão sendo comparativos para testar em voluntários a eficácia desse novo modelo em relação aos colchões disponíveis no mercado, como o de espuma com densidade única e de molas ensacadas.
“O projeto, além de beneficiar a população com acompanhamento e um produto de qualidade que visa melhorar a vida das pessoas, é um incentivo aos estudantes para a pesquisa, sempre baseada em dados e tratamentos confiáveis”, finaliza o docente.