Startup contrata refugiados e cria delivery de refeições típicas em NY

22/01/2016 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:53

Por Cristina Luckner, da eduK

Uma mãe do Nepal cozinha momos; uma Iraquiana faz o oroog, um bife macio e apimentado. E tudo isso pode chegar em uma marmitinha deliciosa na sua casa. Isso, claro, se você estiver em Nova York, onde a startup Eat Offbeat criou um serviço de delivery de comidas típicas, preparadas por refugiados de diferentes países.

Refugiados revelam um mundo de sabores em serviço de delivery criado por startup em Nova York
Refugiados revelam um mundo de sabores em serviço de delivery criado por startup em Nova York

Além de serem deliciosas as comidas preparadas na cozinha da empresa, esse serviço tem um impacto social gigante, pois ajuda a criar oportunidades de emprego e renda para os refugiados. “Não nos definimos como alguém que ajuda os refugiados, na verdade estamos ajudando os nova-iorquinos a descobrirem algo novo e a perceberem o valor que esses refugiados trazem a nosso país”, esclarece a fundadora do Eat Offbeat Manal Kahi.

Ela veio do Líbano para Nova York e logo percebeu a diferença na qualidade de algumas comidas típicas a que ela estava acostumada a comer em seu país. O homus, por exemplo. Ela começou a fazer a pasta em casa, já que não gostava da versão disponível nos supermercados.

Comidas típicas feitas por refugiados
Comidas típicas feitas por refugiados

Uma luz se acendeu. Logo, ela e o irmão (que virou seu sócio), pensaram nos refugiados sírios. Eles perceberam que os refugiados poderiam ser os parceiros perfeitos para a startup e que poderiam fazer bem mais do que homus. Eles contam com a ajuda do Comitê internacional de refugiados, uma organização sem fins lucrativos que ajuda refugiados a se recolocar. Um chef executivo treina os cozinheiros em preparação de comida comercial e os ajuda a planejar o cardápio.

O modelo é o de um serviço de delivery e há um pedido mínimo inicial de cinco refeições, no futuro, eles pretendem oferecer pedidos individuais. Os irmãos libaneses cuja receita de homus da avó síria inspirou esse movimento que mistura comida e mudança de vida, sonham em ver seu negócio crescer e prosperar. A gente também!

Aqui no Brasil, em São Paulo, há um movimento semelhante, que empodera o imigrante, social e economicamente, por meio da divulgação de sua cultura. O Migraflix oferece workshops (muitos deles em que também se ensina a culinária típica de diferentes países) e o objetivo é aproximar brasileiros de refugiados que chegam por aqui.

Se interessou por aprender mais sobre os sabores da cozinha internacional? Você pode fazer cursos gratuitos no projeto Mão Livre, parceria entre o Catraca Livre e a eduK, plataforma de cursos on-line voltados à economia criativa.