8 motivos fantásticos para embarque imediato à Ilha de Marajó

1 – Que lugar é esse que dependendo da maré, águas ora doce, ora salgada, disputam o mesmo espaço, e tem-se a impressão que vão desaparecer, ou inundar a Terra? A Ilha do Marajó, Pará, faz das Terras Médias, seus anéis e duendes parecerem brincadeirinha infantil se comparados às aventuras de um mundo real. Raros são no mundo os lugares onde se pode ver claramente a força criadora da natureza e sua contínua mutação.

2 – Que lugar é esse que as paisagens se apresentam de diferentes matizes e noutros nem se notam as nuances das cores? Elas variam desde o laranja denso dos crepúsculos às douradas praias, do azul turquesa do céu nos dias ensolarados a um litoral cercado de folhagem verde-escuro. Lugar onde, segundos antes do nascer do sol, explode uma vida misteriosa, sob a forma de um concerto entoado por milhares de pássaros. Esse lugar é a Ilha de Marajó.

3 – Que lugar é esse que num relance as cenas mudam, passando para um cenário opressor sob um fundo negro de pesadas nuvens? Áreas que serão batidas por ciclônicas tempestades, inundadas por chuvas torrenciais e crestadas sob um voraz vento tropical. Imagens como se fosse o dia em que Deus viesse a Terra para acertar às contas e vai avisando pelos estrondos dos trovões que não vai aceitar armistícios.

Esse lugar é a Ilha de Marajó.

4 – Que lugar é esse, do tamanho da Suíça, onde existem palavras exclusivas para os costumes, fenômenos e acidentes de natureza? Uma delas é a pororoca. É quando o caldo engrossa por causa das águas do Atlântico que invertem a correnteza do rio e, juntas, formam uma grande onda de até três metros de altura e velocidade superior a 30 km/h. A pororoca também é de lua, mas tem hora certa para arrebentar. “Minha fazenda era bem maior, mas a pororoca foi comendo minha terra e levando-a para estacionar em outras fazendas. Aqui no Marajó é assim, uma fazenda aumenta outra diminui”, são palavras de fazendeiros que retratam esta força da natureza. Esse lugar é a Ilha de Marajó

5 – Que lugar é esse no qual a dualidade está presente em tudo na ilha? Dualidade de espécies de animais marinhos e fluviais, dualidade de solo –metade campos naturais, metade florestas– vida no seco e vida submersa. E o caboclo dança conforme a época. Ora é pescador, ora caçador. Sua casa sob pilotis, ora parece barco boiando nas águas, ora suspensa no ar. Quando não se pode dizer ao certo onde acaba a água, onde termina a terra, vai de búfalo, forte e dócil. No seco vai no cavalinho marajoara, o Puruca, resistente e topa-tudo. Para se ir mais longe vai de navio-gaiola levando sua rede para dormir em suspense.  Esse lugar é a Ilha de Marajó

6 – Que lugar é esse onde a lista de atrativos é imensa? Há história, arte e encantamento por toda a parte. Nos campos abertos, a ilha comporta um mostruário bastante completo da fauna amazônica. Pássaros coloridos e canoros, pequenos como o baeta e o uirapuru-cabeça-encarnada, e maiores como o japiim, araras, papagaios, tucanos, guarás vermelhos, garças, mergulhões, tuiuiús, saracuras e maguaris, cruzam os céus deixando um rastro de música. Capivaras, antas, jiboias e sucuris desfilam em terra firme. Nas margens, marcas que parecem esteiras de trator indicam que há pouco jacarés-açus cumpicharam alguma trama.

No cinturão das águas concentra-se um rico viveiro de peixes, como o pirarucu, piramutaba, pirarara, peixe-boi e tamuatás, além dos botos cinza e o rosa. Esse lugar é a Ilha de Marajó.

7 – Que lugar é esse quando ao anoitecer, as morenas da ilha se vestem de sereia e ilustram uma história de sedução dançando o carimbó? Enfeitam-se: as saias com estampas coloridas lembram as escamas fluorescentes da Iara. As blusas brancas e rendadas sugerem a espuma e colares de contas são as bolhas d’águas. Grupos folclóricos se apresentam nas praças das cidades e nas praias nos finais de semana. O som é dos instrumentos de percussão, de cordas, flautas e atabaques. Esse lugar é a Ilha de Marajó

8 – Esse lugar existe? Para explicar Marajó só apelando para Ulisses. Tal qual o mitológico navegador, o caboclo enfrenta redemoinhos, sombrios igarapés, cruza com a pororoca e desafia lendas e mitos. O próprio búfalo, dono do leite e do queijo, chegou lá como náufrago. Como desvendar os mistérios de uma região se não entrarmos e percorrermos todos os seus cantos, cada meandro? Os igarapés se abrem para todos os lados, como estradas para um mundo mágico.

Esse lugar é a foz do rio Amazonas, a pátria das águas, abrigo da Ilha de Marajó.

Considere para quando for:

Hotel Ilha do Marajó: em Soure. Um dos mais tradicionais da ilha. Excelente localização, e ainda conta com uma piscina. Tel. 91-3741-1315

Restaurante Ilha Bela: em Soure. Em frente ao rio Paracauari. Simples, mas com um delicioso filé marajoara

Fazenda Bom Jesus: a cinco quilômetros do centro de Soure. Excelente oportunidade para conhecer o dia-a-dia de uma fazenda marajoara

Travessia de catamarã de Belém a Soure: Viação Tapajós com saídas diárias do Terminal Fluvial de Belém, Duração da viagem 1h30

Para saber mais: www.setur.pa.gov.br

Por Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo Mundovirado

Em parceria com Viramundo e Mundovirado

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