Arquitetura Brasileira – Viver na Floresta no Tomie Ohtake

Mostra reflete sobre como a arquitetura brasileira se inseriu na paisagem do país a partir do urbanismo moderno

Com curadoria do arquiteto Abílio Guerra, esta exposição faz parte do programa do Instituto Tomie Ohtake que, desde a sua fundação, contempla a arquitetura, ao lado das artes plásticas e do design – único espaço no Brasil especialmente concebido e projetado para realizar mostras nessas três vertentes das artes visuais.

Com projeções, animações, fotos, maquetes, desenhos originais, reproduções, cortes e plantas, o curador busca traçar, destacando 24 projetos e registrando outros 60, um panorama abrangente do estabelecimento do homem brasileiro no território tropical. A mostra destaca projetos das décadas de 1930 a 1980, época de grandes realizações da arquitetura brasileira. Para Ricardo Ohtake, diretor do Instituto e curador do pavilhão brasileiro da próxima Bienal de Arquitetura de Veneza, este foi o período em que as proposições modernas tiveram campo fértil  para se expandir. “Porém, a partir da década de 70, quando a precariedade começa a surgir nos centros urbanos, o modernismo fragiliza-se diante dessas condições adversas”, comenta Ohtake.

Segundo Abílio Guerra, os trabalhos selecionados apontam como os princípios modernos, em especial os de matiz corbusiana, se ajustam às condições, possibilidades e usos locais, permitindo uma invenção que concilia as potencialidades contemporâneas e a sabedoria tradicional.  “Hoje, olhando retroativamente, é possível colecionar bairros, parques, praças, escolas, equipamentos culturais e de infraestrutura, residências unifamiliares, fábricas, templos religiosos e diversos outros programas que estão contaminados do mesmo propósito de relacionar harmoniosamente artefato arquitetônico e paisagem natural”, explica o curador.