Bienal recebe performance do Núcleo Bartolomeu e trecho de “Simplesmente Eu, Clarice Lispector” com Beth Goulart

Nesta quinta-feira, 9, o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos faz intervenção cênica na 29ª Bienal de São Paulo. A performance acontece no espaço “Terreiros- O Outro” do Pavilhão. Das 14h às 22h. Às 18h, Beth Goulart apresenta trecho de “Simplesmente Eu, Clarice Lispector”.

Núcleo Bartolomeu faz festa de rua e intervenção na Bienal

Slam, dramaturgia concisa e intervenção cantada-narrada-interpretada-multimídia: para celebrar os 10 anos de teatro hip-hop do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. Ocupando-baixando no ‘Terreiro O Outro, o mesmo’ o público assistirá a intervenção cênico-poética Musa Medusa, performance criada em parceria com o Coletivo Zoomb e o Centro Cultural São Paulo, uma mulher peregrina conectada a um cabo de 100 metros caminha pela Bienal projetando textos poéticos de personagens evocados pelos atores-mcs. Em seguida, o público é convidado a participar do DCC – Dramaturgia Concisa Contemporânea: encontros aleatórios entre dramaturgos e atores onde textos produzidos na hora serão lidos pelos atores-musos e debatidos por um convidado especial

Bienal recebe hoje performance teatral de Beth Goulart sobre Clarice Lispector

Esta performance tem com tema principal a “indignação.” Através das palavras de Clarice o público será levado a uma reflexão. Verá a reprodução de uma entrevista feita por ela ao jornalista Julio Lerner da TV Cultura de São Paulo ampliada com respostas de outras entrevistas. Esta cena faz parte do espetáculo “Simplesmente Eu, Clarice Lispector” que a atriz e diretora Beth Goulart vêm realizando por todo o Brasil, sendo seguida por uma adaptação do conto “Mineirinho” de Clarice Lispector sobre a morte de um criminoso pela polícia com treze balas de um fuzil. Esta morte deflagra em Clarice a indignação pela vontade de matar, pela prepotência da polícia, pela justiça dos homens que às vezes é tão injusta, pelo desespero do medo, pela culpa do silêncio que é cúmplice da apatia, da aceitação ao que é inadmissível. Temos que acordar em nós a raiva, a revolta, o grito de liberdade e autonomia. “Até que venha uma justiça que se olhasse a si própria e visse que todos nós somos escuros”. Toda a obra de Clarice Lispector fala sobre isso, sobre o amor como salvação do homem, como compaixão pela humanidade e misericórdia em busca de uma ação. No ano em que Clarice completaria 90 anos continuamos adormecidos pelo medo da violência, pela impunidade que nos governa e a apatia de nossos atos.