Casal canadense de 70 anos vende casa para viajar o mundo

Carol Fernandes, fundadora do Projeto ViraVolta, que fala sobre transformação pessoal através de longas viagens pelo mundo, diz que muitas pessoas acham que viajar o mundo é para jovens e que elas já estão muito velhas pra isso. Mas esse é um grande paradigma. E por isso ela decidiu compartilhar essa incrível história do Don e da Alison.

O casal canadense Don, 72 anos, e Alison, 64 anos, do blog Adventures in Wonderland, vendeu sua casa aos 70 anos para viajar o mundo e eles são definitivamente uma inspiração para qualquer um que gostaria de viver essa experiência.

A decisão da viagem

Don decidiu se aposentar aos 68 anos pois estava desenvolvendo uma série de problemas médicos devido ao estresse no trabalho. Eles tinham o sonho de viajar o mundo mas não tinham grana para manter uma casa e viajar como eles queriam. Até que um dia se perguntaram: “Nós queremos ter uma casa ou nós queremos ter uma vida?” E foi assim que eles decidiram vender a casa para usar esse investimento vivendo uma vida pelo mundo.

Fazem três anos e meio que eles começaram essa jornada pelo mundo e desde então eles visitaram 24 países: Itália, Espanha, França, Índia (x2), Indonésia, Austrália (x3), Tailândia, Camboja, Laos, Vietnam (x2), Myanmar (Burma), EUA, México, Suécia (x2), Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia, Perú, Equador, Chipre, Samoa, Fiji e Nova Zelândia.

Idade não é um limitador

Para eles existe um grande mito com relação à idade. Os conceitos de “aventura” e “amor à vida” não são apenas para os jovens, são para qualquer um. “A vida é o que você faz dela e nós temos apenas uma chance para viver ela bem”, diz Alison.

Eles nunca encararam a idade como um limitador e isso nunca influenciou na decisão deles. Eles ainda se sentem jovens e cheios de energia. Eles entendem que nessa idade algumas coisas levam mais tempo para curar, por isso são conscientes na hora de decidir quais atividades querem fazer. Mas mesmo assim eles conseguem se divertir muito, como: fazer trekking, nadar com elefantes, passeios de camelo no deserto, escalar vulcões e muito mais.

Inclusive eles não têm uma data para parar. Tudo vai depender do entusiasmo para viajar e de suas condições físicas. A única certeza é que esse momento ainda não chegou. Para eles, essa oportunidade de viajar e ver o mundo com novos e mais sábios olhos é um presente enorme da vida. Muito disso vem em parte de suas crenças espirituais. Eles vivem no presente, em um estado de confiança e entrega. Se preocupar com o futuro não é produtivo. “Sabemos que um dia vamos morrer e preferimos viver ao máximo o presente. Não queremos ir com remorsos porque desperdiçamos as oportunidades que nos foram dadas”, diz Alison.

Questões médicas

A situação médica de Don, que sofre de um problema no coração, exige certos cuidados. No início eles tinham medo de ficar doentes em países subdesenvolvidos, mas nesses 3 anos e meio perceberam que nunca foi um problema se tratar quando mais precisaram, inclusive em países em desenvolvimento. Alison precisou de tratamento médico para doença hepática ligeira na Índia, por uma lesão na cabeça, no México, e por uma reação alérgica a uma picada de vespa no Laos, e os tratamentos sempre foram profissionais, em tempo hábil e por um custo muito razoável.

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Geralmente eles carregam o suprimento de medicamentos necessário e nunca tiveram problemas cruzando nenhuma fronteira com eles. Mas afirmam que em muitos países em desenvolvimento (por exemplo, México e Índia) medicamentos mais comuns são facilmente disponíveis até mesmo sem receita médica. De qualquer forma, eles se programam para retornar todo ano ao Canadá e lá podem rever todas as questões de saúde.

Para eles o mais incrível foi descobrir que Don se sente muito mais feliz e saudável na viagem do que quando estava em casa e trabalhando todos os dias, mesmo com seus problemas de saúde.

Aprendizado

“Quanto mais viajamos mais prazer tiramos da vida. Há sempre mais para aprender. Nós aprendemos muito sobre nós mesmos e sobre os povos do mundo, através de nossas viagens”, dizem eles. Para eles viajar o mundo abre muito a mente, mesmo nessa etapa da vida e a maioria dos aprendizados são internos.

“Aprendemos…

  • A confiar mais: confiar que estamos sendo bem cuidados por um Mistério maior nos deixa livres para explorar mais plenamente.
  • A nos preocupar muito menos sobre o futuro: experimentar a confiança colabora para isso.
  • A nos preocuparmos muito menos sobre dinheiro: bem menos do que estávamos acostumados.
  • A respeitar mais as pessoas: a grande maioria das pessoas que conhecemos em nossas viagens têm sido gentil, generosas e de coração aberto.
  • A dizer sim às oportunidades que surgem em nosso caminho: pois provavelmente nunca mais voltaremos naquela direção.
  • A viver com uma gratidão consciente para a vida: valorizando que nos foi dado muito mais do que estamos habituados.
  • A nos queixar menos: quando alguma queixa aparece, rapidamente fazemos a escolha por uma perspectiva diferente.
  • A viver com menos: não precisamos de muita coisa, ainda mais quando viajamos pelas regiões tropicais.
  • Que podemos viver juntos 24/7 e ainda aproveitar a companhia um do outro: a comunicação honesta e aberta tem sido fundamental.
  • Que é sempre possível ensinar a cães velhos truques novos!
  • Após três anos e meio na estrada, depois de experimentar tantos imprevistos, percebemos a vida como uma série de milagres que se desdobram.”

Conselho

“Para a pessoa se sentir mais segura para viajar nessa idade o melhor é planejar. Faça pesquisas e busque o máximo de informações possível. Se prepare antes de partir e assim você vai se sentir menos vulnerável. Planeje e ao mesmo tempo deixe tempo para ter flexibilidade conforme você sente a viagem. Acredite em você e faça. Enquanto você não fizer jamais vai conseguir imaginar as recompensas de viver essa experiência. Uma dica importante: pare de olhar as notícias no jornal, elas foram feitas para aterrorizar as pessoas.”

Histórias como a do Don e da Alison mostram que sempre teremos a chance de aprender mais e de construir o nosso auto-conhecimento, não importa em qual momento da vida. Não existe momento certo para viajar o mundo. Não importa como você vai viver essa experiência, ela sempre será maravilhosa! Mesmo aos 50, 60, 70…! Tenha confiança.

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