Exposição “Artur Pereira – Esculturas” no Instituto Moreira Salles

O Centro Cultural do Instituto Moreira Salles (IMS) apresenta no dia 30 de março, às 19h00, a exposição “Artur Pereira – Esculturas”, primeira retrospectiva da obra do artista.

Com organização do crítico de arte Rodrigo Naves e curadoria do artista plástico Ricardo Homen, a mostra, com 17 esculturas, apresenta um recorte da obra de Pereira, com trabalhos representativos de seus vários momentos, tanto do ponto de vista cronológico quanto em relação aos diferentes partidos formais adotados.

As esculturas reunidas também trazem à tona o frescor de uma produção construída na adversidade, longe dos percursos normais da formação artística no Brasil do século XX, mas muito próxima dos impulsos decisivos que mantém a vitalidade e a pertinência da arte.

Muitas das obras de Artur Pereira, feitas em uma única peça de madeira, em geral no cedro, e esculpidas com poucos instrumentos, como o enxó, o serrote e o formão, encontram-se hoje fora do Brasil, pois foram compradas por estrangeiros que visitaram a região em que o artista viveu. Compõem a exposição do IMS obras pertencentes a colecionadores brasileiros, entre eles, Amílcar de Castro, um dos maiores artista visuais do país.

As peças de Artur Pereira também participaram de algumas mostras coletivas relevantes, como “Brésil, arts populaires” (Paris, 1987) e “Mostra do Redescobrimento” (Fundação Bienal de São Paulo, 2000).

A exposição Artur Pereira – Esculturas já passou pelos centros culturais do IMS no Rio de Janeiro e em Poços de Caldas.

Sobre Artur Pereira

Artur Pereira (1920-2003) nasceu no pequeno vilarejo de Cachoeira do Brumado, distrito de Mariana, uma das mais importantes cidades mineiras do ciclo do ouro.

Desde pequeno, Artur Pereira modelava pequenas figuras em barro, em geral para presépios. Mais tarde, passou a esculpir em madeira, colando partes dos corpos (braços, mãos etc.) – prática que abandonaria por completo – e pintando-os. Em 1968, o escultor realizou s

eus primeiros trabalhos de conjunto, mas por toda a vida alternaria a criação de figuras individuais, em geral bichos, esculturas compostas de vários animais e, por vezes, figuras humanas.

A partir de 1971, quando ganhou o concurso de presépios promovido pela Fundação de Arte de Ouro Preto, seu trabalho conquistou um pouco mais de projeção. Suas vendas, inicialmente feitas nas lojas de artesanato das cidades históricas de Minas Gerais, aos poucos passaram a ser feitas por galeristas de várias cidades do país, interessados em expor e difundir sua escultura.

Por Redação