Instituto Tomie Ohtake apresenta Pitoresco – Antonio Saggese

Antonio Saggese reúne em sua individual no Instituto Tomie Ohtake cerca de 70 trabalhos produzidos nos últimos três anos – fotografias impressas em papel e metal, além de vídeos. Em Pitoresco, o fotógrafo, a partir de formas cambiantes, funda a sua própria natureza. Nuvens, céus, águas, galhos, folhas são expressas em surpreendentes volumes, cores, linhas, luzes e sombras que emergem do próprio arsenal cultural de Saggese.

Segundo Saggese, as imagens técnicas de natureza produzidas nas últimas décadas não trazem mais o mistério nem a fascinação que tanto perturbavam os artistas e os escritores. Foi, portanto, na tentativa de resgatar aquele arrebatamento que ele concebeu as fotografias da mostra Pitoresco. “A própria denominação do conjunto já é provocativa, ou seja, uma espécie de sutileza crítica a fim de mostrar que o trabalho foi criado para atiçar os questionamentos e as dúvidas, e não para cristalizar conceitos – afinal, a idéia primeira do Pitoresco nasce no movimento romântico, final do século XVIII”, afirma Rubens Fernandes, em seu texto para a exposição.

Ao subtrair o território da imagem captada na natureza, Saggese amplia o espaço do imaginário. Segundo Fernandes, a intenção do artista foi retirar todas as referências possíveis de lugar, num enquadramento que não se identifica a linha do horizonte, para permitir que a imagem fosse soberana. “Estamos à mercê de imagens que invadem nossa percepção e nos deixa perplexos, desorientados momentaneamente”, escreve o crítico.

Por Redação