Mostra da Sutil Companhia no SESI

Por: Redação
João Caldas
Cena de Avenida Dropsie
Cena de Avenida Dropsie

Em cartaz  até 5 de abril, a mostra comemorativa dos 15 anos da Sutil Companhia apresenta três montagens das 23 realizadas pelo grupo curitibano: Avenida Dropsie (2005), recriação cênica do universo melancólico e plástico do quadrinista Will Eisner; a inédita Thom Pain – Lady Grey (2006), formada por dois monólogos de Will Eno e apresentada somente nos festivais de teatro de Porto Alegre e Curitiba; e o intimista Não Sobre o Amor (2008), inspirado na correspondência do formalista russo Victor Shklovsky com sua amada, durante o exílio dele em Berlim. As apresentações são realizadas de quarta-feira a domingo, sempre às 20h.

Às quartas-feiras as sessões são gratuitas e nos demais dias os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

A distribuição dos ingressos tem início a partir da abertura da bilheteria no mesmo dia do evento – Horário de funcionamento da bilheteria: de quarta-feira a domingo, das 12h às 20 horas. São distribuídos dois ingressos por pessoa.

Devido ao Carnaval, na sexta-feira, dia 20, a peça “Não sobre o Amor” será exibida às 21h.

Programação

5 de fevereiro a 1º de março
Quartas, quintas e domingos: Avenida Dropsie
Sextas-feiras e sábados: Não Sobre o Amor

4 a 8 de março
De quarta-feira a domingo: Thom Pain – Lady Grey

11 a 15 de março
De quarta-feira a domingo: Avenida Dropsie

18 a 22 de março
Quarta-feira e quinta-feira: Não Sobre o Amor
De sexta-feira a domingo: Avenida Dropsie

25 de março a 5 de abril
De quarta-feira a domingo: Avenida Dropsie

Todas as peças não são recomendadas para menores de 14 anos.

Avenida Dropsie (110 minutos) – De Will Eisner. Direção Geral: Felipe Hirsch. Com André Frateschi, Duda Mamberti, Erica Migon, Guilherme Weber, Jorge Emil, Leonardo Medeiros, Magali Biff e Maureen Miranda. Voz Will Eisner: Gianfrancesco Guarnieri. Cenografia: Daniela Thomas. Figurinos: Verônica Julian e Marichilene Artisevskis. Iluminação: Beto Bruel. Trilha Sonora Pesquisada: Felipe Hirsch e Guto Gevaerd.

Não Sobre o Amor (80 minutos) – Peça de Câmara de Felipe Hirsch e Murilo Hauser sobre a obra se Victor Shklovsky, Elsa Triolet, Wladimir Maiakovski E Lilia Brik. Direção Geral: Felipe Hirsch. Com Leonardo Medeiros e  Simone Spoladore. Cenografia:Daniela Thomas. Figurinos: Verônica Julian. Iluminação:Beto Bruel. Trilha Sonora Pesquisada: Felipe Hirsch, Murilo Hauser e Guto Gevaerd.

Thom Pain (80 minutos) – Lady Grey – Composta pelos monólogos ‘Thom Pain – Baseado em Nada’ e ‘Lady Grey – Em Luz Cada Vez Mais Baixa’, de Will Eno. Com Guilherme Weber e Fernanda Farah – direção Felipe Hirsch – cenografia Daniela Thomas e Henrique Fernandes – Iluminação Beto Bruel – Figurinos Verônica Julian.

Sobre a Sutil Companhia

Por Ângela de Almeida

Pouco mais de quinze anos atrás, dois jovens curitibanos espantavam o frio pintando as paredes de uma velha fábrica para apresentar, na primeira mostra paralela organizada pelo Festival de Curitiba, Baal Babilônia, o espetáculo de estreia da companhia que haviam acabado de fundar. A decisão de mergulhar em um trabalho de pesquisa e criação teatral e dar vida à Sutil Companhia de Teatro surgia então como a única alternativa encontrada pelo diretor Felipe Hirsch e pelo ator Guilherme Weber para resistir ao impulso autodestrutivo tão comum na gélida e melancólica Curitiba, cidade com o maior índice de suicídios entre jovens do país.

A natureza invernal da capital paranaense foi responsável não apenas pela criação em si da Sutil Companhia. Moldou também a sua estética e serviu de base para a construção de uma gramática e de um vocabulário próprios (e intransferíveis). Esse fio da navalha entre a terra firme, o sonho e o precipício, cravado na memória emocional dos dois principais criadores da Sutil, determinou ainda uma obstinação por manter-se em constante movimento e, mesmo correndo riscos, não perder de vista a linha evolutiva de sua investigação. A soma destas virtudes (ou destas injunções) fez da Sutil Companhia de Teatro um dos mais importantes núcleos estáveis de criação da cena teatral contemporânea brasileira, garantindo-lhe a perenidade e, com ela, o privilégio de chegar, viva, intensa, pulsante e cheia de inquietações, como naqueles idos de 1993, a este início de 2009, quando acaba de completar 15 anos de atividade.

Por Redação